Sem tempo para recuperar o fôlego, sem ainda conseguir respirar fundo, saímos do bloco de partos e num segundo mudamos de estatuto.
Somos MÃES!
Somos MÃES!
Aliado ao que já tínhamos na nossa vida, passamos agora a ter que dar conta de uma quantidade de coisas que se tornam efectivamente reais na nossa nova vida: a realidade da amamentação, das fraldas, dos banhos, do colo, do choro, das cólicas, das birras, das noites sem dormir, o peso da responsabilidade de ter alguém totalmente dependente de nós.
Somos levadas pelas hormonas, pela emoção do parto, pela ansiedade de ver a cara que imaginamos durante meses, pela excitação de segurar pela primeira vez no colo aqueles que dizemos ser NOSSOS, pela chapada de amor, pela grandeza deste acontecimento de nos termos tornado Mães.
No meio deste estado meio alterado de consciência, por conta das hormonas, das emoções, do novo ritmo e das exigências, não damos conta dos dias e das noites, não damos conta do passar do tempo.
A nova rotina é levada pelos acontecimentos e pelas necessidades do bebé, pensamos pouco, apenas vamos agindo, e vamos agindo como se sempre tivesse sido assim, é uma mudança radical mas num simples instante já não conseguimos conceber a nossa vida sem eles.
Os filhos chegam e instalam-se, e instalam-se curiosamente no lugar daquilo que parece ser agora o suficiente e essencial para vivermos e noutro simples instante a nossa vida deixa de ser imaginada sem eles e parece que tudo sempre existiu desta forma.
Parece simples...
Parece fácil...
Parece simples...
Parece fácil...
Mas nem tudo é cor de rosa, há um momento em que o cansaço vai chegar e tomar conta de nós, um corpo cansado, uma cabeça exausta, um sono descontrolado e atrasado, ritmos e rotinas diferentes, o isolamento do mundo pela dedicação em pleno e em exclusivo a estes seres que nos engolem na nossa plenitude, a constante exigência, e às vezes as Mães cansadas também choram, choram de amor, choram por não saber, choram por insegurança, choram de medo,
choram de preocupação, choram de cansaço.
Mas às vezes não se conta, não se conta que se chora, não se conta que é difícil, não se conta que ser Mãe é cansativo, os timelines de fotografias felizes e bonitas, a pressão social de que tudo na maternidade é maravilhoso e de que as Mães têm que estar sempre felizes tende a falar mais alto.
Confesso que tenho dias que me apetece sair a correr, bater com a porta, deixar para alguém tratar e só chegar quando já estiverem a dormir.
Mas às vezes não se conta, não se conta que se chora, não se conta que é difícil, não se conta que ser Mãe é cansativo, os timelines de fotografias felizes e bonitas, a pressão social de que tudo na maternidade é maravilhoso e de que as Mães têm que estar sempre felizes tende a falar mais alto.
Confesso que tenho dias que me apetece sair a correr, bater com a porta, deixar para alguém tratar e só chegar quando já estiverem a dormir.
Confesso também que por vezes um simples sorriso desfaz como que por magia este cansaço, um olhar cúmplice que me enche de força para estar outra vez pronta
para tudo, mas ainda assim, uma coisa
não anula a outra, o amor, a felicidade, a alegria da
maternidade não impedem que o corpo e a cabeça façam tilt, não impedem que tenhamos dias difíceis, dias cansativos.
O cansaço é legitimo, porque as Mães são humanas, e nós as Mães também nos cansamos.
❤❤❤❤
O cansaço é legitimo, porque as Mães são humanas, e nós as Mães também nos cansamos.
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Vi-me refletida neste texto. Haja alguém que me compreenda, que tenha a coragem de também falar sobre o lado b da maternidade, esse lado negro, solitário!!! Já estou tão farta de ver os olhares cravados em mim quando às vezes digo que já estou farta dos meus filhos. É que eles cansam, eu não sou de ferro nem sou santa (nem budista) e portanto também tenho o direito de me queixar,especialmente quando sou eu que estou sempre no comando da educação e do crescimento deles!! Duvido que alguém faça melhor. Ser mãe às vezes dói, e não é pouco.
ResponderEliminarBeijinho
www.blogasbolinhasamarelas.blogspot.pt
Excelente descrição do que são os dias de uma mãe...bipolares ;) As mães também choram e também fazem birras e também se cansam e fartam. As mães têm é a capacidade infinita de estar sempre a dizer "já passou", mesmo que seja para elas. Beijinhos V.
ResponderEliminarJá li este post vezes sem conta, e gosto de vir cá ler mais uma, duas, quantas vezes for necessário...
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