A um dia de Baby V. fazer 1 ano faço um balanço do que é ser Mãe de
dois.
Um balanço deste que é sem duvida o maior e mais difícil desafio ao
qual jamais fui sujeita, um desafio diário que vai acompanhar o resto da minha
vida, uma aprendizagem diária, deste eu enquanto Mãe, deste nós enquanto
família.
Quando Baby V. nasceu e me vi com dois bebés nos braços não fazia
ideia do que me esperava, confesso que ser Mãe de dois com idades tão próximas
é difícil, é trabalhoso, é uma verdadeira loucura entre fraldas, biberões e
chuchas a dobrar.
No entanto, agarro-me à ideia de que os 18 meses que os separam
resultarão numa amizade e cumplicidade ímpar e que será mais fácil criar os
dois ao mesmo tempo.
A palavra revezar nem sempre se aplica em nossa casa, é um para cada
um ou às vezes os dois para um, é possível chegar aos dois, mas a maioria das
vezes é difícil chegar aos dois ao mesmo tempo, e quando não é possível,
aprendi a ter que deixar um dos dois a chorar e dar prioridade àquele que
precisa mais no momento.
Aprendi que ao contrário do que pensava não sou uma super mulher e não
consigo chegar a todo o lado.
Desde que sou Mãe de dois que há dias que parece que cai num poço de
culpa, a culpa aumentou significativamente depois de Baby V. nascer, não sei se
é um sentimento comum a todas as Mães, mas eu sinto, em vários momentos e por
vários motivos. Ao inicio sentia culpa por ter que dividir a atenção que antes
era exclusiva de Baby M. e ao mesmo tempo não me poder dedicar exclusivamente a
Baby V. como fiz com ela, sinto culpa por não ter tempo suficiente para os meus
filhos, sinto culpa por deixá-los na escola durante quase 10 horas diárias,
sinto culpa por haver vezes em que descarrego neles as minhas frustrações e
cansaço, sinto culpa quando lhes falho…ainda estou a aprender a viver com esta
culpa!
Enquanto Mãe de dois aprendi que preciso de me dividir, que preciso de
me multiplicar, aprendi o que é isto da multiplicação do amor e que é possível
amar duas pessoas da mesma maneira.
A vida já me tinha ensinado a amar várias pessoas embora de forma
diferente, amar duas pessoas da mesma forma, sem preferência e sem hierarquia,
amar duas pessoas como se fossem uma só, era algo que me era desconhecido, mas
aprendi que ao contrário dos meus medos ainda quando Baby V. morava em mim,
sim, é possível amar dois filhos ao mesmo tempo e com a mesma intensidade.
Enquanto Mãe de dois tenho a sorte de poder presenciar, de fazer
nascer e de ajudar a construir uma das coisas mais importantes no mundo, o amor
entre Baby M. e Baby V, o amor de irmãos.
Derreto-me com a reacção dele perante a chegada dela, o entusiasmo, o
riso mais que dobrado, o brilho nos olhos e os braços esticados em sua
direcção, tivesse ela capacidade física de o agarrar ao colo que de imediato o
apertaria enquanto lhe afaga o cabelo e lhe diz "Pixente Goducho" de forma
carinhosa e enternecida.
Mas na maternidade nem tudo são borboletas, há dias de lagarta, dias
que me apetece fugir para longe, dias em que me apetece paz e silêncio, ainda
assim eu agradeço todos os dias por ter a sorte de eles existirem na minha
vida, ainda assim o balanço deste desafio difícil é positivo, foi até hoje o desafio mais gratificante e compensador, foi até hoje o melhor da minha vida.
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