20/07/2016

Há dias de poucas palavras...



Há mais silêncio do que letras, e as que se ouvem, são para mim vazias de sentido.

O coração encosta-se ao estômago, e é à coluna a quem cabe a tarefa e o esforço de desfazer este nó e manter-me direita para seguir o caminho.

E mesmo com dúvidas, incertezas e hesitações a pulsarem na minha cabeça, palpitarem no meu coração e a latejarem na minha alma, prefiro manter-me no silêncio e na ignorância.

Prefiro calar-me quando só o meu silêncio é capaz de abafar o barulho incómodo da minha própria indignação.

Preciso de me manter calada para que os “desafectos”, não afectem a minha paz, nem me arranhem o juízo.

Procuro no meu silêncio inspirar a calma e a tolerância da qual estou sedenta.

Procuro com o grito do meu silêncio fazer com que alguns ouvidos se apercebam dos seus enganos.

Prefiro o silêncio ao retruque e às palavras que não constroem,

Prefiro a calma à inquietude,

Prefiro a tolerância à provocação.

Quero ser imune aos erros dos outros.

Quero a paz e a tranquilidade.

Há dias assim, de poucas palavras... e muito por dizer.

♥️♥️♥️♥️

11/07/2016

E pela 1ª vez...


Créditos da Foto da Tia Rita aqui

... na minha vida, o Futebol fez-me vibrar! 

Vibrar muitooooooooooooo a sério, fez-me ter vontade de gritar, de saltar, de morder a camisola, de consolar o Cris Ron, de pintar a cara, erguer um cachecol.

Não sou adepta de Futebol, e mais do que não gostar é não compreender muitas fez o fascínio que muitas pessoas têm por este desporto. 

Clubismos à parte, tenho para mim que a selecção portuguesa de futebol é muito mais do que um campeonato de futebol, a selecção mais do que ter proporcionado um excelente espectáculo, para mim enquanto espectadora foi isto, um excelente espectáculo, proporciona momentos incríveis entre os que se juntam para a assistir ao espectáculo. 

Nunca mais vou esquecer que assisti com amigos que adoro, num dia maravilhoso, em que os meus filhos estavam incrivelmente felizes, a Portugal a ganhar pela primeira vez um campeonato europeu.

V - Cucugal! Cucugal! Cucugal! 

M - Portugal allez! Lá lá lá lá lá 

Eu - Ai meu querido Cristianoooooooooooooooooooooooooooo! 

A - (não falava) buaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa 

Há dias bons!

Portugal! Portugal! Portugal!

♥️♥️♥️♥️

08/07/2016

Da exigência...

Há quem não conte que os filhos não são sempre queridos e fofinhos. 

A verdade é que os filhos também são chatos, acordam de mau humor, repetem vezes sem conta as mesmas palavras e frases, fazem reiteradamente as mesmas perguntas às quais por vezes ou não temos resposta ou não queremos responder, insistem em modo burro do Shrek se estamos a chegar? Ainda falta muito? quando nem há 5 segundos dissemos que estamos a chegar, fazem birras do nada e sem razão, choram e gritam nos sítios e ocasiões menos apropriados, definitivamente, os filhos não são sempre queridos e fofinhos. 

Mas e as Mães?

Eu também não sou sempre querida e fofinha e aposto que há mais Mães que não o sejam. 

Mas o problema disto tudo, é que exigimos demais, exigimos que as crianças se portem sempre bem, exigimos que as crianças não interrompam as conversas dos adultos, exigimos que façam as coisas ao nosso ritmo, exigimos que têm que cumprimentar as pessoas quando chegam, às vezes até a dar dois beijinhos e um abraço a alguém que só vêm uma vez por ano, exigimos que emprestem os brinquedos, exigimos que os dividam, exigimos que se entendam com o(s)  irmão(s), primo ou amigo que não queira dividir os seus brinquedos, exigimos que aceite se o amigo raivoso bateu, exigimos que não bata de volta, exigimos que não chore, exigimos que não pode falar quando não for o seu tempo, exigimos que não interrompam as refeições, exigimos que simplesmente não interrompam só porque por exemplo tem um desenho muito bonito e o quer mostrar. 

- Tu não vês que estou a comer, ai que lindo que está, agora vai lá continuar a pintar para eu e o Pai comermos sossegados.

Espera lá, um desenho? Mas que desenho é este? Ah sou eu, a Mãe! 

Pára tudo…

Tu querias interromper-me para mostrar-me o desenho que aprendeste a fazer?

Querias tão somente a minha presença, a minha atenção, o meu amor. 

Desculpem-me meus filhos, exijam que eu pare para vos olhar, exijam que vos oiça, exijam que eu páre para me dedicar a vocês em exclusivo nem que seja por meia hora, exijam que brinque com vocês, exijam que eu esqueça os adultos, o telemóvel, o trabalho, o cansaço, a casa e as suas obrigações, exijam que me sente no chão a brincar com vocês, exijam que eu vos oiça, exijam que eu vos ensine, exijam que eu vos dê atenção, exijam que entre com vocês no mundo do faz de conta, exijam que eu não me esqueça que são crianças, exijam que eu deixe de exigir.

Sejam exigentes comigo!

*para lerem quando crescerem 

♥️♥️♥️♥️

07/07/2016

A minha Bailarina ❤️





Obrigada querida S. pelas fotos

Lembro-me de quando era pequena de querer muito muito muito andar no Ballet. 

A minha Mãe não sabe nadar e por essa razão fui para a natação em vez de ter ido para o Ballet, podia lá a menina não saber nadar. 

Mas eu olhava, olhava as outras meninas enfiadas naqueles lindos maiollts, saias com tules e sapatilhas de laço, o cabelo com maravilhosos carrapitos enfiados em redes e fitas de cetim, ornados com gel e brilhantes, meninas que viviam ainda que por instantes num mundo cor de rosa.

E depois, olhava para mim enfiada num fato de banho que não tinha tule, óculos na cara que não eram cor de rosa e me distorciam as feicções e touca na cabeça que seria o único elemento distintivo dentro de água se por sorte ninguém tivesse uma touca da cor da minha (vá, essa geralmente era cor de rosa), um mundo sem qualquer magia a não ser o momento em que fazia o golfinho.

E pronto, aprendi a nadar e nunca me enfiei num maiollt de ballet. 

A minha Mãe projectou em mim os seus medos e um bocadinho dos seus sonhos, a minha Mãe influenciou-me para seguir um curso que não adorei porque a minha primeira opção não era aceitável e consequentemente uma profissão que não veste a minha pele na totalidade. 

É certo que os filhos são a extensão dos pais no sentido em que herdam características físicas e muitas vezes psicológicas, mas este todo que são os filhos, não são a soma das partes, esse todo é uma pessoa única e com vontade própria.

Não quero projectar os meus próprios desejos não realizados nos meus filhos, está claro na minha cabeça que  não me pretendo ver reflectida neles, estou consciente que os meus filhos são pessoas com individualidade e sonhos próprios, e que o meu papel nesse processo será orientá-los para que alcancem a realização pessoal e profissional e estejam satisfeitos com as decisões que tomem ao longo das suas vidas.

Por isso, como uma caixa de surpresas, deixarei que exerçam os seus talentos únicos um a um, confiando sempre neles e permitindo-lhes que criem o seu próprio caminho…

Quando ela quiser...deixa o Ballet.

Minha Bailarina ❤️

♥️♥️♥️♥️

05/07/2016

A diferença aos olhos de Baby M.

No meu novo desafio profissional trabalho com muitas pessoas oriundas da Ásia. 

Ontem depois de já estar em casa, precisei de voltar ao trabalho e a M. veio comigo. 

Vinha empolgada, todas as crianças crescem com esta grande vontade de irem ao trabalho dos pais, perguntava-me pelo caminho se também lá estava a minha professora, os meus amigos e se também tinha um recreio para brincar. 

Chegou curiosa e observadora, perguntava-me o que é que as pessoas estavam a dizer porque não percebia nada do que diziam, respondi-lhe que falavam chinês. 

- O que é chinês Mãe? 

- Chinês é uma língua diferente do português assim como o Inglês que aprendes na escola. 

- Mas chinês é no Portugal? 

- Não filha, chinês é a língua que se fala na China, e são os chineses que vivem na China e falam chinês. Os chineses são aquelas pessoas que têm os olhos mais rasgados que os teus. Assim como a Sara a amiga do Ruca. Não viste que as meninas chinesas tinham os olhos assim (enquanto gesticulo com os dedos nos meus olhos)?

- Não Mãe, as meninas eram igual a nós!

                     


♥️♥️♥️♥️