30/12/2022

Em 2022...

 Em 2022…




Voltei a ter um dia de anos pouco feliz, estive muitas vezes cansada física e emocionalmente, guardei mais do que partilhei, perdi a conta às vezes que fui ao Porto e continuo a não conhecer a cidade, tive Covid, fiz uma cirurgia, vi a M. a mudar de escola com uma segurança ímpar, fui a Porto Santo, a Montpellier, a Málaga, a Veneza e a Praga, não fiz viagens longas mas fiz uma longa viagem interior, percebi que muitas vezes as coisas acontecem quanto precisamos e não quando queremos, consegui responder muitas vezes à pergunta: quando fizeste alguma coisa pela 1ª vez?, vi o V. a ser feliz no futebol, a vida moldou-me e fez-me forte à força e por necessidade quando só me apetecia ser frágil e que alguém cuidasse de mim, aprendi a deixar para trás a culpa mais pesada que não se pode carregar: a que não é minha, protegi-me, acordei muitas vezes a pensar no quanto estava desejosa que esse dia acabasse, tive dias assoberbados sem saber para onde me virar, o tempo foi escasso para tudo o que queria fazer, vi (incrédula) a minha filha fazer 10 anos, vi os meus filhos crescerem e a serem felizes, a maternidade foi como sempre um desafio mas os meus filhos são o meu motor, comecei a gostar muito de poesia, ouvi músicas em loop, foi um ano cheio, duro, exigente mas acabo plena, Novembro trouxe-me uma mudança que me fez tomar decisões que me fizeram borboletas na barriga e que me obriga novamente a reinventar, não saberia viver de outra forma e já aprendi que a falta de coragem causa perda de oportunidades incríveis, decidi seguir um caminho em que a única coisa que tenho fé é em mim, não agradei a todos e estou bem com isso, trabalhei desenfreadamente, fui exigente comigo, deixei-me levar pelo arquétipo da “super mulher” que vai e faz tudo, que se supera todos os dias, na verdade… umas vezes consegui outras nem por isso, falhei mas também acertei, ri-me muito mais do que chorei, no meio de uma vida louca tive muita paz e serenidade, tive medos mas senti-me muito mais vezes segura, fiz as pazes com os anos pares, andei a maior parte do ano em piloto automático, percebo agora que pouco focada em mim, determinei que a única obrigação que devo ter comigo e com a vida é ser feliz!