30/12/2021

Em 2021...


 

Comecei o ano confinada, tive o dia de aniversário mais infeliz de sempre, percebi que sou aficionada por tudo o que são filmes bibliográficos, suspendi um subsídio de desemprego porque tenho bicho carpinteiro, desprovida de medos e receios dei profissionalmente um passo gigante, abri o meu próprio escritório em sociedade, a palavra serenidade voltou a fazer parte do meu dicionário, deixei de ficar em lugares onde não caibo, acordei muitos dias feliz, não cobrei nada a ninguém, aprendi a controlar impulsos e tornei-me mais ponderada, calma e serena, aprendi a aceitar, tive amizades a perder força e outras a ganhar pela forma como são ou não nutridas, tive muitas vezes uma vontade atípica de estar sozinha e em silêncio, fui ao Douro, voltei aos Açores, a Madalena fez a 1ª comunhão, levei os meus filhos à Isla Mágica, todos os dias os abracei com muita força, cresceram muito, sou apaixonada por eles, fechei um ciclo estrutural que me custou lágrimas e muitos dias triste, sofri de insónias, poucas coisas me atingiram ou causaram dano, pouco ou nada me espantou, deixei de ter qualquer tipo de expectativa, tive dias difíceis mas não me deixei levar, trabalhei todos os dias a capacidade de abstração do que me incomoda, do que me irrita, do que me faz menos bem, só me aborreci com o que realmente valeu a pena, ignorei muito e tantos, adoro isto de me fazer de parva, crie um podcast com duas das minhas amigas preferidas, fiz um curso de formação de formadores, cumpri metas, fiz menos exercício físico do que devia, estive muito voltada para dentro e focada no trabalho, a minha vida profissional foi uma loucura, e não é só o amor que salva tudo, o trabalho, quando se gosta do que se faz, também, os últimos 3 meses do ano trouxeram-me um projecto que me engoliu mas que por outro lado me está a dar um gozo danado, mais uma vez percebi que sou frágil mas não sou fraca, tive pouca tendência para a tristeza, fiquei a achar que a vida tenta sempre encontrar uma forma de me recompensar, foi um ano cheio e mais uma vez tive a capacidade de me reinventar e dar a volta, ganhei imunidades, fortaleci fragilidades e fiz casa em mim.

Feliz 2022!