24/03/2017

Eles cá... eu lá...

... do outro lado do mundo sozinha.

É este o desafio que se avizinha para os próximos 9 dias.

A dúvida, o medo da saudade, o impacto desta ausência na vida deles, é isto que o meu peito carrega.

Pergunto-me o que lhes irá passar pela cabeça? Como vão gerir os dias sem mim? Vão comer? Vão sentir a minha falta? Vão chorar? Vão dormir? Vão perguntar por mim? Vão suportar a minha ausência com tanta dificuldade como eu?

Hoje enquanto dormirem vou ligar o meu coração ao vosso com um fio invisível e trocar uma parte do vosso coração com o meu, levo o vosso cheiro e o toque da vossa pele.

Sempre que sentirmos saudades uns dos outros, vamos fechar os olhos e imaginar que estamos abraçados e quando falarmos ao telefone vou perguntar-vos se sentiram o meu abraço como eu vou sentir os vossos.

Eu vou para o outro lado do mundo mas o meu mundo fica aqui.


Até já meus amores. ♥️

♥️♥️♥️♥️

11 anos de Nós ♥️



Foi (ontem) há 11 anos atrás que alguém tirou esta fotografia e embora pareça revelar alguma coisa, na realidade ela não revela absolutamente nada, porque aquilo que aqui parece supostamente óbvio na realidade e na altura não o era. 

Não era óbvio que eu viria a casar contigo e muito menos óbvio que virias a ser o Pai dos meus filhos.

De "mundos" e com uma forma de estar na vida diferentes, ficarmos juntos era altamente improvável.

Brincava no outro dia a minha querida C. C. a propósito de uma crónica sobre a Amadora e das pessoas que ali moram que a nossa história dava toda uma crónica, toda uma short story que ela própria contruiu:

"Ela frequentava as pastelarias da Avª da igreja, ele bebia bejecas na praça da igreja; ela ia comprar vegetais ao mercado 31 de Janeiro, ele ia comprar substâncias ilícitas ao 6 de Maio (Atenção isto é humor, HUMOR); ela comprava na Guerra Junqueiro, ele comprava nos Guerreiros (private para quem é da Amadora), ainda assim foram felizes para sempre!"

E até somos, à nossa maneira, se calhar há dias em que me apetecia começar a receber a pensão de viuvez uns 50 anos mais cedo, assim como há dias que se me aparece o Clooney, o Beckham, o Pitt ou o Ronaldo te enganava, mas também há outros em que claramente assumo que a minha vida sem ti não fazia sentido.

♥️♥️♥️♥️

21/03/2017

Três Anos de Blog!


Porquê que tens um Blog?

Perguntam-me tantas vezes!

Explico sempre que não nasceu porque estava na moda, e eu queria entrar nela, ou porque simplesmente achava que podia ser giro ter um blog. 

Este blog nasceu de uma necessidade física e psicológica,  e acho, que ainda hoje, há pessoas que não percebem isso.

A certa altura, achei, que depois do V. nascer acabaria por aos poucos começar a morrer porque achava que não tinha palavras suficientes para o manter, mas a vontade de o alimentar cresce em cada partilha que faço e sem dar por ela acabo por chegar aqui, a três anos deste blog. 

Confesso que sei que não tenho nada de novo a acrescentar a este mundo da blogosfera, no limite as minhas partilhas podem vestir a pele de alguém, proporcionar um sorriso ou até, arrisco, arrancar um suspiro, mas pouco mais que isso. 

Mas há uma coisa que eu tenho a certeza que vou acrescentar, vou acrescentar palavras e memórias na vida dos meus filhos, palavras e memórias onde eles consigam encontrar quem somos e como fomos um dia, palavras e memórias que procuro eternizar.

Enquanto eu tiver esta vontade de enriquecer a vida dos meus filhos com palavras e memórias, esta vontade de fazer delas como que uma herança, este blog vai com toda a certeza continuar a existir. ♥️

Obrigada por alimentarem esta minha vontade!

♥️♥️♥️♥️

Podem ler também:

08/03/2017

Conheces alguém...

- Que aos 18 anos use fraldas? 

- Que aos 18 anos durma na cama dos Pais? 

- Que aos 18 anos beba biberão? 

- Que aos 18 anos queira chucha? 

Perguntava eu a uma amiga que comentava comigo que o filho de 4 anos ainda bebia leite no biberão e usava fralda para dormir. 

Ai também és dessas? - perguntava-me ela.

Sim também sou dessas que me estou completamente a borrifar para os timings "supostamente" certos. 

Cada criança tem o seu! 

♥️♥️♥️♥️

07/03/2017

Ainda sobre o Pipi!

No seguimento deste post, recebi alguns emails e mensagens com o mais variadíssimo teor e conclui que há ainda muitas mulheres a sofrer de problemas no Pavimento Pélvico mas que por vergonha ou falta de conhecimento nada fazem.

Ainda no seguimento desse post conheci a Fisioterapeuta Catarina Cabrita especialista de fisioterapia na Saúde da Mulher, que acompanha uma amiga profissional de saúde que após dois partos difíceis recorreu aos seus cuidados e que me falou do quanto era competente e profissional e eu não hesitei em convida-lá para escrever este post com a finalidade de dar resposta e quem sabe ajuda, a quem me escreveu.

E a Fisioterapeuta Catarina Cabrita presentou-nos a todas com esta maravilhosa explicação que espero que seja útil e inspiradora:

A Fisioterapia Uro-ginecológica (ou Fisioterapia da Saúde da Mulher, ou Reabilitação Perineal) é uma área da fisioterapia que visa avaliar, prevenir e tratar disfunções que surjam no Pavimento Pélvico (PP) durante a vida da mulher.

Desde que comecei a trabalhar nesta área em concreto, quando me perguntam o que faço a reação é (quase) sempre: “O quê?! A fisioterapia faz isso?”, E de facto é uma área que tem vindo a crescer em Portugal mas que ainda tem muitos tabus e barreiras a quebrar para que as mulheres recorram a ajuda especializada quando se encontram com disfunções pélvicas.

Por exemplo, quando uma mulher sente uma perda de urina, seja ela muito ligeira ou enorme, a tendência é pensar para consigo: “É normal, estou grávida!”, “É normal, tive um bebé há tão pouco tempo…”, “É normal, já tenho idade para estas coisas…” Mas NÃO É NORMAL! Isto pode ocorrer porque o seu Pavimento Pélvico não está a funcionar em perfeitas condições.

Mas e então o que é isto do Pavimento Pélvico?

O Pavimento Pélvico ou Períneo é um grupo muscular localizado na região pélvica (desde o púbis até ao cóccix) de homens e de mulheres. Ele suporta o peso de todos os órgãos pélvicos e abdominais e mantém-nos no seu lugar quando o corpo é sujeito a aumento de pressão abdominal (por exemplo: tosse, espirro ou riso) ou a um grande impacto (como acontece durante um salto ou uma corrida). No caso das mulheres em específico, o Pavimento Pélvico tem outros desafios pela frente: a Gravidez (onde lhe é pedido que suporte também o peso do bebé, do útero, do líquido amniótico, da placenta) e o Parto Vaginal (em que ocorre um esforço enorme do períneo e onde pode ser necessária uma episiotomia – corte realizado no períneo para ampliar o canal vaginal). Imagine só a exigência pedida a um grupo muscular que se calhar a maioria das pessoas nem dá assim tanta importância!

No caso da mulher, podemos visualizar o Períneo como um “8”, sendo que o círculo de cima envolve a abertura da vagina e da uretra e o círculo de baixo envolve a abertura do ânus (ver imagem). É então um protagonista no que diz respeito ao controlo dos esfíncteres.




Pede-se a um períneo saudável que seja forte, resistente e que tenha elasticidade, no entanto, ao longo da vida – pela idade, exercício físico de alto impacto, falta de exercícios específicos, gravidez, parto – os músculos do períneo vão cedendo e a rede de suporte vai ficando cada vez mais fraca, e podem aparecer problemas de incontinência urinária e/ou fecal, prolapsos da bexiga ou do útero… É por isso muito importante tomar conta dele durante toda a vida!

As disfunções que podem afetar o Pavimento Pélvico podem ser:
  • Incontinência urinária (de esforço, urgência ou mista)
  • Disfunções Sexuais (dor/dispareunia, vaginismo, vulvodinia, disfunção orgásmica…)
  •  Prolapsos viscerais (“queda das vísceras: bexiga, útero ou reto”)
  • Disfunções Fecais
  • Pré e pós-cirúrgico (uro ginecológicas, prostatectomia, hemorroidectomia…)

Há muito a dizer sobre o Pavimento Pélvico, mas para resumir estas são as suas principais funções durante a nossa vida:
  • Suporta os órgãos da região pélvica e abdominal;
  • Suporta o peso do bebé durante a gravidez;
  • É responsável pelo encerramento dos esfíncteres da uretra e do ânus, prevenindo Incontinência Urinária e/ou fecal;
  • Suporta a bexiga, o ânus e a vagina, prevenindo prolapsos da bexiga ou do útero;
  • Para além disto, um períneo forte e saudável reduz os riscos de rutura muscular do mesmo durante o parto, torna a recuperação pós-parto mais rápida e melhora a qualidade da vida sexual.

É por estas razões e pelos desafios que o Períneo da mulher enfrenta ao longo de toda a sua vida que é tão importante treinarmos os músculos do pavimento pélvico, de forma correta, desde sempre e para sempre!

Se tiver alguma dúvida sobre prevenção ou tratamento de alguma disfunção do Pavimento Pélvico procure ajuda de um(a) Fisioterapeuta especializado(a) em Saúde da Mulher, ele(a) saberá como ajudá-la!

Fisioterapeuta Catarina Cabrita
Tel: 916348018

Muito Obrigada Catarina ♥️

♥️♥️♥️♥️

01/03/2017

Porquê? Mas porquê?

Hoje escrevo este post para um dia mais tarde me lembrar que o V. está neste momento na hilariante fase dos porquê’s e questiono-me se não está este menino a ser precoce quanto a este assunto.

A M. também teve uma fase destas (ainda tem e estou em crer que vai ter sempre, assim como ele) mas não com o fervor com que o V. a está a passar e com pena não me recordo quando a começou.

- V., veste o casaco.

- Puquê?

- Está frio.

- Puquê?

- Porque estamos no Inverno.

- Puquê?

Tento explicar as 4 estações de forma a que uma criança de 2 anos entenda, mas não resulta, em cada afirmação minha surge um porquê e confesso que com ele está a dar luta e está a ser um desafio, não se convence nem se contenta facilmente.

Porquê? Porquê? Porquê?

Sei que não o faz com a intenção de querer ser “chato” ou porque não ouviu todas as respostas que dei aos seus porquê´s, já percebi e já sei que o faz porque quer perceber-se a si mesmo, perceber os outros, perceber a forma de agir e de funcionamento das coisas, basicamente, quer perceber tudo ou quase tudo que o rodeia.

Procuro ter sabedoria para responder de forma eficaz e esclarecedora aos seus porquê´s, mas essencialmente procuro ter paciência, que ao fim de muitos porquê´s começa a escassear.

Enquanto conduzo:

- Mãe, pára o carro.

- Não posso parar aqui.

- Puquê?

- É proibido.

- Puquê?

- Os policias não deixam.

- Puquê? Xão maus?

- Não.

- Então pára o carro.

- Não posso.

- Puquê?

Haja imaginação mas… voltando à paciência, (e que me aponte o dedo a Mãe que já não perdeu a paciência com os porquê's e que acabou com um: Porquê Não! para acabar a conversa), é necessário manter a calma e permanecer o mais serena possível para que ele não perca a confiança de me continuar a questionar com os seus porquê’s e continuar o seu processo de aprendizagem e descoberta junto de mim.  

Por isso:
  • Tento evitar o silêncio ou ignorá-los e procuro ouvir com atenção e responder sempre com imenso interesse a todos os porquê's;
  • Quando não sei a resposta digo convicta que não sei e tento transmitir que não saber tudo não é um problema e sugiro que juntos vamos tentar responder à pergunta;
  • Não critico os porquê´s, nem faço deles um tabu e tento dar respostas adequadas à idade e maturidade deles;
  • À excepção do Pai Natal e da Fada dos Dentes (vá também temos que dar alguma magia à infância) tento não elaborar respostas “fantasia” para que um dia mais tarde não me acusem de ser uma grande mentirosa;
  • Tento (e aqui às vezes não consigo) não dar a resposta antes da pergunta que já sei qual vai ser.

E vocês? Como "se safam" desta fase dos porquê´s dos vossos filhos? 

♥️♥️♥️♥️