31/12/2014

Até já 2015!

O ano passado brindámos à passagem de ano os dois sozinhos num quarto de hospital na certeza que seriamos 4 em 2014. 

Conseguimos! 

Como posso eu dizer que 2014 foi um ano mau? Não posso! Foi difícil, muito difícil, mas bom, muito bom. 

Este ano brindamos a 4 no aconchego da nossa casa. 

Não faço resoluções nem promessas para 2015, faço planos e formulo desejos, às 12 badaladas um dos desejos será para o blogue, para vocês que me leem e são parte integrante deste projecto. 

Até já 2015, serás recebido com a mesma coragem, determinação, força e resiliência de 2014!

Que seja um ano feliz.

30/12/2014

Em 2014...

... estive durante 6 meses deitada numa cama sem me poder mexer, estive obcecada com o trabalho, mudei de carro, mudei uma divisão da casa, fiz nascer este meu filho pela cabeça e pelo coração, tive um filho pela barriga, tive um momento de ficar sem respiração, apaixonei-me, nadei como se fosse a 1ª vez, não consegui ler um único livro, comprei uns ténis porque ia começar a fazer exercício físico, comecei e não continuei, voltei fisicamente ao trabalho passados 9 meses de ausência, dormi pouco, chorei de tristeza e de felicidade, ri-me muitas vezes, angustiei-me, conquistei novamente baby M., senti-me novamente Mãe em pleno, "desangustiei-me", percebi quem realmente gosta de mim, fortaleci amizades, perdi outras, consegui ainda que mesmo no fim do ano (hoje) ir almoçar a um sitio que se diz estar na moda, fui convidada para ser madrinha de baby B., convidei para serem padrinhos de baby V., tive algumas conversas difíceis, fiz-me de parva, ignorei situações, descobri que gosto de escrever, tornei-me uma pessoa um bocadinho diferente, aprendi a practicar o desapego, tornei-me mais pratica, beijei-os e abracei-os menos do que gostaria, disse poucas vezes que o amava, podia ter dado mais de mim, ter sido mais condescendente, menos rigorosa nas decisões, pu-los acima de tudo e todos, esqueci-me de me lembrar de mim, orgulhei-me todos os dias deste nós que eu criei, sonhei muito, acreditei ainda mais, desejei e aconteceu.

motivo de ausência#2

há uma semana que não dou atenção a este meu filho..

esta ausência deve-se ao facto de ter decidido tirar férias estas duas últimas semanas do ano. 

Prometi a mim mesma que só me sentaria com um computador à frente se houvesse algum assunto urgente para resolver no campo profissional, preciso de tempo para fazer aquilo que mais preciso e mais falta me tem feito: dormir! preciso de dormir e de me organizar!

Tenho vindo a constatar que por muito que queira e que tente há dias em que é impossível ser Mãe/Mulher Bombeira, impossível chegar a todo o lado, impossível não pedir ajuda, impossível não delegar, impossível apagar todos os fogos...por vezes o cansaço fala mais alto e traz ao de cima o pior de mim, aquilo a que algumas pessoas chama de mau feitio eu chamo cansaço. 

Às vezes dou por mim a pensar o contrário daquilo com o qual passo a vida a lutar: que não cresçam tão rápido! dou por mim a pensar que quero que cresçam rápido para que fiquem mais autónomos, para que dependam menos de mim, para que (julgo eu) fique mais fácil. No minuto a seguir estou arrependida, continuem assim pequeninos muito tempo meus bebés!

Fazia-me tanta falta vir aqui...

23/12/2014

7 meses de baby V.


Fez ontem 7 meses que nasceste. 

Mudaste a minha vida, acrescentaste-lhe Amor, julgava eu que não era possível ter ainda mais, achava eu que aquele que nasceu com baby M. já era enorme, esse que era enorme multiplicou, é isso que os filhos fazem, multiplicam um amor inexplicável e imensurável. 

9 meses de blogue

...foi no Domingo que o blogue fez 9 meses...

continua a fazer-me sentido estas páginas em branco que preencho com bocados meus, deles, nossos!

Que faça sentido sempre!

19/12/2014

Feliz Natal!

Ainda dos anos de Baby M...

tornou-se quase que uma tradição fazermos uma sessão com a Catarina no dia dos anos dela, e este ano não foi excepção. 

E é desta forma (porque depois de ver as fotos fiquei sem palavras) que desejo um Feliz Natal a todos os que me lêem e acompanham. 
















18/12/2014

Entoação...

Cedo percebi que não gostava de números e ainda assim insisti neles até ao 12º ano, ao chegar lá decidi voltar tudo atrás e abraçar as palavras, gostei mais, mas ainda assim só há pouco tempo me cativaram e envolveram verdadeiramente.

Gosto de escrever o que me apetece, ainda que meio sem jeito e de forma desengonçada, gosto de ler o que me interessa, gosto de brincar com as palavras e por vezes brindar alguém com as mesmas de forma especial ou diferente, aquilo que chamo, à minha maneira e vontade.

Há dias que as palavras me assustam, me põem em sentido, me amedrontam até, não as palavras propriamente ditas mas a maneira como as leio, como as interpreto ou lhes dou sentido, o perigo da interpretação que lhes dou que as fazem ter um sentido completamente diferente do pretendido dar pelo remetente. 

Palavras soltas, um simples SMS, um email, um texto, um livro… que pela voz, vozes  e entoação que a nossa cabeça e espírito lhes dá as desvirtua e mal interpreta e compreende.

Sou tantas vezes apanhada pela má interpretação do remetente e do destinatário... sempre a entoação!

17/12/2014

Baby M. cabeleireira...

Viu-me a secar o cabelo e gritou: 

- Rô Eu Mamã! Rô Eu! Rô Eu! (Sou eu!)

Não gosta muito de se pentear e todos os dias refila com o secador e por ter que secar o cabelo, tive que lhe provar que não custa nada, tomei coragem e meti-me nas mãos dela. 

Ia-me perguntado e dizendo: 

- Tá Bom? 
- Tá quase!
- Uau
- Bonita
- Tá quente? 

Sobrevivi, um bocadinho mais careca e com o couro cabeludo ligeiramente a ferver mas sobrevivi J





P.s. Ai de quem gozar com o meu robe. É quentinho ok?

16/12/2014

Não gosto do Natal!

Ainda me lembro de acreditar no Pai Natal, ainda me lembro das surpresas cuidadosamente preparadas pelos meus pais para me fazerem acreditar que realmente era o Pai Natal que me trazia os presentes, gostava de fazer a árvore, gostava de imaginar os presentes, gostava do Natal. Não me lembro quando deixei de acreditar no Pai Natal assim como não me lembro quando deixei de gostar do Natal.

De repente e sem qualquer explicação o Natal perdeu todo o sentido, toda a magia, alegria, sabor e até o cheiro, ficou um vazio, uma mera obrigação.

Começaram a cansar-me as hipocrisias, a irritar-me solenemente os egoísmos e exigências familiares desse dia, os presentes comprados em contra relógio e literalmente para despachar, sim despachar, não é assim que se diz: “Já despachei todos os presentes de Natal!”

Não gosto da compra desenfreada de presentes só porque sim, não gosto da imposição de troca de presentes e incomoda-me a mentalidade consumista de ter que dar.

Sim, eu gosto de dar, mas sem datas, sem obrigações, acredito cada vez menos nos presentes de consumo e cada vez mais nos presentes que realmente dão alguma coisa de nós, presentes simples, presentes que percebemos que foram escolhidos e preparados com tempo, com vontade, com amor, dedicação e por vezes basta um simples gesto, um bilhete rabiscado às vezes toca mais que um objecto de consumo.

A forma como se vive o Natal  nos dias de hoje representa como se vive a vida, a semana desenfreada a cumprir horários na ânsia do fim de semana para logo depois começar outra semana, amiúde aproxima-se a ideia de que o Natal está à porta e que o ano passou a correr, e é nesta correria desenfreada que falta sentido, magia, alegria, sabor e até o cheiro que a vida deveria ter.

Não preciso do dia de Natal para juntar a família, não preciso do dia de Natal para trocar presentes, não preciso do dia de Natal para abraçar alguém ou dizer a esse alguém o quanto gosto dela, não preciso do dia de Natal para comer bacalhau, bolo rei e rabanadas…preciso antes de vários "Natais" ao longo do ano, não um dia especifico e único.

Acreditava que o facto de ter filhos me iria fazer recuperar este meu afastamento da época natalícia, mas não…ainda não, mas a esperança continua e ainda assim contrario todas as minhas vontades e não deixo de lhes proporcionar a magia que se fala, não deixo de me envolver com a data, até porque não quero que eles sejam como eu,  quero ensiná-los  a gostar do Natal, quero ensiná-los a fazer cartões de Natal em cartolina ao invés de um SMS, quero que em conjunto façamos bolachinhas para oferecer, escrever a carta ao Pai Natal, quero pô-los a ouvir e a dançar o "All I Want for Christmas Is You" da Mariah Carey (a musica de Natal que me arranca sorrisos e boas memórias)…acredito que um dia vou voltar a gostar do Natal.

15/12/2014

Ontem andei 24 anos para trás...



A semana de maleitas ainda se estende e também eu fui apanhada na curva, foi um fim de semana para esquecer com a obrigação de ter que estar bem para eles e não poder entregar-me a uma cama para curar esta gripe.

No meio de um nariz já ferido de tanto assoar e de um peito dorido de tanto tossir surgiu uma vontade súbita de um prato de Maizena.

Quando era pequenina e ficava doente já sabia que me esperava um prato de Maizena aromatizada com casca de limão, polvilhada com açúcar e canela quando ainda estava bem quente, nunca se esquece o sabor da crosta de canela açucarada misturada com o sabor do limão, aaaaaiiiii que doce lembrança.

Há comidas que provocam emoções, sensações, que nos remetem à infância, às boas lembranças, as chamadas comidas de alma, comidas que confortam, que consolam, que saciam, que aquecem, que derretem maleitas, que descem pela garganta enquanto fechamos os olhos. 

Este não foi o meu pai que o fez, mas mesmo assim ontem voltei a ter 10 anos.

E é isto que quero para eles, tão isto, que recordem que há sempre um lado bom do que é menos bom, que recordem a sua infância com carinho até os momentos em que estiverem doentes. 

12/12/2014

Nosso Menu - Semana 51/52

Esta semana não há convidados, o menu é meu. 

Espero que gostem!

Bom fim de semana.

11/12/2014

Hoje...há um ano atrás!

Faz hoje um ano que a minha vida deu uma volta.

Faz hoje um ano que a gravidez do V. me atirou para uma cama e deitou por terra a teoria de que a gravidez é um estado de graça.

Recordo detalhadamente este dia há um ano atrás, primeiro ouvi que numa semana tudo se resolvia, depois ouvi que ia passar o Natal e o fim de ano no hospital e por último ouvi, para esquecer tudo o que me tinha sido dito anteriormente, a maior certeza de todas é que ia ficar de cama até ele nascer, assim foi!

Tive medos, muitos medos, dúvidas, tantas dúvidas, mas como é que eu ia ficar de cama de dezembro até junho (supostamente o mês em que ele nascia)? Mas como é que eu ia ficar privada de ser mãe de baby M.? Não ia passar o Natal com ela? O fim do ano? E o A.? e nós?  Mas como é que ia ser? 
Foi tudo como teve que ser!

Perguntava-me o A. no outro dia qual era a percepção que eu tinha do tempo, passou depressa? Ou nem por isso?

Agora que olho para trás com outros olhos, sim passou depressa, foi uma vivência intensa, uma experiência que me obrigou a olhar para a vida e para as pessoas de outra forma.

Não gosto de dizer que foi uma experiência infeliz porque não foi, gosto de dizer que foi uma experiência que pôs à prova todas as minhas capacidades físicas e psicológicas e descobri que afinal sou muito mais capaz do que pensava, uma experiência que fez de mim melhor pessoa para uns e talvez pior para outros, uma experiência que me modificou.

Valeu tudo a pena, cada lágrima, cada susto, cada internamento, cada picadela, cada injecção, cada privação, cada noite sozinha, cada aperto, cada sufoco, cada noticia menos boa…


Não tinha o mundo nas mãos mas sim dentro de mim e por essa razão olho para trás e consigo sorrir.

o motivo da ausência...


dedicar-me em exclusivo a quem precisava de mimo extra, colo extra, xaropes e termómetros, eles! 

Não há livros, dicas ou conselhos, nada nem ninguém que prepare uma mãe para ver o seu filho doente.

Ser mãe às vezes faz doer, dói quando os vejo doentes, e queria ser eu no lugar deles e não posso. 

É angustiante, mesmo sabendo que o quadro clínico não passa de uma gripe, constipação ou o mais comum, uma virose, seja que doença for é sempre uma angustia que me corta  a respiração, o nó na garganta que desata com uma gargalhada, com gritos, passos de dança que teimam em não dar sinal, raios partam a prostração que me aflige. 

Hoje já foram para a escola.

Todos melhores, eles e nós!

05/12/2014

Nosso Menu - Semana 50/52


Sabem quem é a I., o L., e a I.? Pois é normal.

e se eu disser, sabem quem é a Irene, o Lucas e a Isabel? Certamente saberão que são filhos das três meninas que fizeram o menu da próxima semana, e julgo eu que já dispensam apresentações.

Esta semana o menu foi elaborado a 6 mãos, pela Joana Paixão Brás enquanto calmamente pensava no modelito fofinho cutxi cutxi que ia vestir à Isabel, pela Joana Gama enquanto embalava a Irene e devorava um livro de culinária ao mesmo tempo que pensava entre dentes que a roupa da Isabel era bimba e pela Marta Vale Cardoso enquanto tinha o Lucas numa mão, com a outra tirava o livro de culinária à Joana Gama por não estar a conseguir encontrar a tal receita, enviava um email e atendia uma chamada... 

o menu foi elaborado pelas meninas do A Mãe é que sabe, o blogue que veio trazer boas gargalhadas ao mundo da blogosfera, o blogue que ironiza e desmistifica a maternidade, se ainda não as seguem, não percam. 

Muito obrigada meninas pelo menu da próxima semana. 

Muitos bjs e até à próxima...

04/12/2014

Mini Me

Sem grandes abuso e pontualmente, acho um amor um matchy matchy Mãe e filha.

Baby M. não sei se gosta, mas pela reacção acho que acha piada.




03/12/2014

6ª feira passada...

...sai mais cedo do trabalho, ainda era de dia, a primeira coisa em que pensei? Não, não foi no black friday, foi, vou busca-los à escola mais cedo, ainda sobre a luz do dia, coisa rara.

Toquei à campainha e quando se abre a porta da rua já oiço da porta da escola: é minha Mamã!

Impossível não reconhecer aquela voz pequenina, quando chego à porta da sala lá estava ela, a primeira da fila de vários meninos e todos à espera do mesmo, que fosse a sua Mamã ou o seu Papá. 

Correu para o meu colo e gritou orgulhosa em alto e bom som e sem parar: é minha Mamã! é minha Mamã!...

Voltei para casa feliz por conseguir aproveitar mais uns minutos daquele dia com eles mas angustiada e pensativa: é se não fosse a Mamã dela? Simplesmente não era e voltava feliz e contente à sua vida, certo?

Às vezes ainda me lembro quando era a última a sair da escola, não gostava, ficava triste, às vezes chorava.

Esta é uma das minhas lutas diárias, tentar que eles não sejam os últimos a sair da escola, tentar que esse não seja um motivo que os deixe triste, que os faça chorar...

02/12/2014

Para pessoas de olho clínico!

De forma discreta vesti o blogue de acordo com o mês de Dezembro e com a época natalícia.

Alguém adivinha?

JJJJ

01/12/2014

Parabéns A.!

Ontem o A. fez anos...

Perguntei-lhe se se imaginava a chegar aos 35 anos com uma família de 4, não me respondeu, olhou para mim e sorriu enquanto me passava a mão pelo cabelo.

Parabéns ao Pai que vos arranjei, a este a quem por vezes chamo desajeitado, desastrado, preguiçoso, dorminhoco...

Desajeitado e desastrado na muda das fraldas, em vestir ou em dar a sopa, preguiçoso por eu querer que ele faça mais, que ajude mais, que faça o que eu faço e como eu faço, por não fazer o que eu gostava que fizesse (talvez eu seja demasiado exigente ou demasiado perfecionista), dorminhoco quando não se levanta quando eles choram de noite...ninguém é perfeito! 

Mas há uma coisa em que ele é perfeito, é perfeito na forma como nos ama, ama-nos com jeito, sem preguiça e de uma forma desperta, ama-nos com todos os seus 5 sentidos, és perfeito na arte de amar. 

Foi um dia simples mas feliz. 

Parabéns meu querido A, parabéns nossos, dos teus 3. 






28/11/2014

Nosso Menu - Semana 49/52


Esta semana o menu é da C. do Da Cor das Cerejas.

Conheci a C. através do blogue, ela é uma das minhas maiores fieis seguidoras e quase que me atrevo a dizer que desde o inicio, um dia descobri que também ela tem o Da Cor das Cerejas, descobri que é mãe de duas cerejas e tem um morango a caminho, descobri pelas suas palavras e por aquilo que já falámos que é practica, bem disposta, decidida, simples e feliz com uma família que enche a mão e o coração.

Obrigada querida C. por este menu de tendências asiáticas, diferente, mas não menos delicioso. 

27/11/2014

Semelhanças...

Durante a gravidez do V. diziam-me várias vezes que era uma valente, uma corajosa por vezes ouvia até, uma heroína.

Fui? Não, claro que não.

Mais do que uma amiga me disse que não aguentava o que eu passei, que lhes era impossível permanecer numa cama durantes meses.

Ai não, então? Qual era a solução? Qual era a mãe que não fazia exactamente o que eu fiz? 

Uma amiga que no outro dia falava sobre mim a terceiros, defendia fervorosamente a minha valentia, que me comparava, e que rematou com: e estava sempre de sorriso na cara. Que suspeita!

Enfrentei a situação sempre com pés na terra, sempre de cabeça fria e sempre a acreditar que o dia seguinte seria melhor que o anterior, nunca me entreguei, nunca me deixei trair pelos vários contratempos, se foi difícil? Sim foi, tanto, muito, imenso, mas afinal de contas acontecesse o que acontecesse eu já era mãe, eu já tinha uma filha que precisava de mim e tinha que estar bem nem que fosse só psicologicamente para e por ela.

Tive muitos baldes de água fria, muitas desilusões, como quando achava que íamos no bom caminho e voltávamos à estaca zero, 7 internamentos, e cada vez que dava entrada no hospital e até ao momento em que aquele ecografo encontrava um coraçãozinho a bater eram momentos tortuosos.

Nada do que passei faz de mim uma heroína, quis a natureza que as coisas fossem desta forma e tive que me conformar com isso.

A forma como encarei a situação não faz de mim pior ou melhor, as coisas são como são, sempre me foi incutido pela minha Mãe o espírito de que: o que tem que ser tem muita força; o que tiver que acontecer acontece; o caminho é para a frente; não dar importância ao que não importa; não perder tempo com o que não vale a pena; há coisas piores; não me entregar; a dor e o que sentimos não tem hierarquia; não és mais do que os outros...

Confesso que quando era mais nova me irritava esta maneira de ser da minha Mãe, este sentido pratico e calculista que a meu ver até roçava a frieza, gostava que ela às vezes me passasse a mão na cabeça e me deixasse mergulhar nas minhas mágoas, mas não, a resposta era sempre, mas que importância é que isso tem? Mas isso é um problema? Hoje percebo a sua intenção e agradeço, e não, ela afinal não é calculista nem fria, ela simplesmente não quis uma filha frágil e por vezes insegura como ela o é.

Afinal nem todas as Mães querem/criam os filhos à sua semelhança!

25/11/2014

Para lerem quando crescerem* #3


Saltei de sorriso rasgado nos dias que descobri que vocês moravam em mim,

Saltou o meu coração, os vossos, os nossos, os dos 4,

Saltaram dentro de mim, os saltos que só eu sentia, os saltos de crescimento, os saltos de discórdia quando eu estava para a direita e vocês queriam estar para a esquerda,

Um dia saltaram da minha barriga para a vida, enquanto pequenos saltam de colo em colo, uns mais quentes, outros mais afáveis, todos cheios de carinho e amor mas… peço desculpa… nenhum como o meu, o meu que é recortado e moldado ao vosso tamanho, nenhum como o do vosso Pai que vos abraça e encaixa na perfeição.

Os primeiros passos levam a que queiram mais e mais, querem correr e saltar, saltar em cima da cama enquanto ecoam as gargalhadas contagiantes que emocionam aqueles que vos amam, Baby V. tu ainda não saltas com os teus próprios pés, mas Baby M. tu sim, e adoro os teus saltos, com os dois pés, pouco sólidos, descoordenados mas intensos como que a afirmares-te, com o tempo os pequenos saltos vão ficando destemidos e vão querer saltar mais e mais alto, vão conseguir com firmeza saltar com um só pé, vão dar saltos para a agua, saltos à corda, ao elástico…vão crescendo e saltam de escola em escola, espero que não de curso em curso, vão saltando de namorado em namorado, saltam de trabalho em trabalho e vão ouvir falar muito do salto na carreira, vai chegar o dia que saltam da nossa casa e saltam para os braços de alguém com quem vão querer passar o resto da vida, saltam para um casamento, para uma casa nova, e eventualmente saltará de vocês um filho.

Os saltos da vida, a vida é feita de saltos, altos, baixos, pensados, ponderados ou aqueles por impulso aqueles sem pensar, saltem, saltem muito, com um pé com os dois mas sempre com o cuidado de ver onde vão cair, onde vão pisar, onde vão aterrar, saltem de para-quedas (eu e o Pai saltámos, um dia conto no que resultou), saltem fora do que não gostam ou não vos faz bem, evitem saltar no escuro, saltem os obstáculos, dancem aos saltos, tu baby M. saltarás de saltos altos, saltem de alegria e façam alguém saltar de alegria, sim salta-se de alegria e não há idade, façam alguém saltar para os vosso braços, para o vosso abraço, colo, beijo, para vocês.

A vida é feita de saltos, quero conseguir ensinar-vos a saltar, ensinar-vos a saberem onde põem os pés, que o mundo seja pequeno demais para os vossos saltos.

Com amor 
Mãe 


*para quando souberem ler

24/11/2014

Aqui já fui feliz


A caminho do edifício olhei-o de alto a baixo e sorri, à medida que me aproximava aumentava o sentimento de "back home", um ruído de fundo tão próprio, um cheiro familiar inconfundível, um Olá gigante, um abraço de saudade e um beijinho de carinho foi o que encontrei pelo caminho até ao gabinete da consulta. 
Sentada à espera dei por mim a pensar que não me importava nada de voltar aos dias menos fáceis, aos dias em que ele morava em mim.
À saída olhei para trás e voltei a sorrir, não esqueço o lugar que outrora foi a minha casa, onde apesar de tudo já fui tão feliz! 

❤❤❤❤

6 meses de baby V.

Dia do Pijama - Foto da Educadora M.


Chegaste de rompante, tiraste-me o ar, arrombaste a minha vida sem licença e eu deixei e eu deixo que assim seja todos os dias, sem barreiras, sem limites…

Conquistas-me a cada olhar, desarmas-me a cada toque, apaixonas-me mais ainda a cada sorriso.

Achava que era impossível amar dois homens ao mesmo tempo…amar intensa e incondicionalmente dois homens.

Sim, estou apaixonada por ti... como é que vou dizer isto ao teu Pai?

Isto está a tornar-se sério.

Nosso Menu - Semana 48/52


Devia ter sido na 6ª feira...

Atrasado...

Muito atrasado...

Mas ainda assim com muita vontade.

Boa semana!

21/11/2014

A vida sexual depois da maternidade. Vida quê??!

A P. do Crónicas da Maternidade lançou o desafio: crónicas polémicas, lancei o assunto: Sexo depois da Maternidade, mas nunca pensei que me convidasse para ser eu a escrever sobre o que acabará de propor. 

Mais do que polémico foi-me difícil de escrever, como poderia eu escrever de forma generalizada sobre um assunto tão pessoal, não foi de forma generalizada.

Post escrito para o Crónicas da Maternidade




Tinha perfeita noção no que me estava a meter quando aceitei escrever esta crónica, não é um assunto fácil, é complicado, delicado, talvez até meio tabu para algumas mulheres.

Pensei muito na maneira como iria escrever sobre este assunto: no plural? Mas quem sou eu para falar da experiência das outras mulheres? Uma experiência tão pessoal. Quem sou eu para dizer que se deve fazer desta maneira ou de outra? Dizer isto ou aquilo?
decidi não complicar, ir directa ao assunto, sem rodeios , sem tabus, de forma simples, de forma real.

Quando a maternidade bateu à minha porta esta de imediato ocupou o papel principal na minha vida, toda a minha vida girava à volta da bebé, todos os meus poros respiravam bebé, não havia mais nenhum assunto que ocupasse ou interessasse à minha cabeça, estava realmente imbuída, embrenhada neste meu novo papel, esquecendo tudo o resto que me rodeava.

Passado pouco tempo a minha mãe perguntou-me se eu já tinha retomado a minha vida sexual, vida quê? Essa era uma vida apagada e esquecida na minha cabeça, não havia espaço, nem interesse nesse assunto.

Aos poucos comecei a pensar nisso, depois comecei a pensar mesmo seriamente e apoderou-se de mim um medo, deitava-me lentamente na cama para ele não dar por mim, afastava-me para não lhe tocar, ou ia a correr mais cedo do que ele para a cama para quando chegasse eu estivesse a dormir, sabia que talvez estivesse a ser egoísta mas e o medo?! O medo da dor, o medo de não estar à altura, o medo de ele olhar para mim com outros olhos e que não me desejasse, afinal a minha barriga era agora flácida, e o peito mole e descaído, a vergonha dos quilos a mais,  não me sentia confortável no toque e pensava no que ele ia pensar, reagia ao toque encolhendo-me ou acrescentado uma peça de roupa pensando ainda e se eu não tivesse prazer? não me sentia capaz de me entregar, como me conseguia eu entregar se eu não me aceitava fisicamente.

O afastamento físico por vezes levava à perda de cumplicidade, de intimidade e isso assustava-me, e se ele salta fora? aliado ao facto de ter uma bebé, ter que trabalhar, ter uma casa ainda tinha sobre os ombros esta responsabilidade, tive muitas vezes vontade de até avançar mas o medo falava mais alto, tinha vontade que fosse ele a dar o primeiro passo, queria que me facilitasse a vida mas estava tão insegura que também não tinha coragem de lhe dizer, ele não avançava, percebia e sabia dos meus medos e receios e respeitava-me, às vezes era um alivio ele não avançar, outras vezes, pensava que se não avançava  não queria saber de mim, não estava interessado, já não gostava de mim, ou se até tentava avançar já não me estava a respeitar, preciso de tempo, de arrumar as ideias, hormonas são vocês?

Aliado ao medo, o cansaço, a privação de sono, no fim do dia só queria chegar à cama e tentar dormir as poucas horas que a bebé me deixasse.

Depois do medo e do cansaço, as hormonas, caramba afinal eram mesmo elas…

Estas hormonas revoltadas que teimavam em tomar conta da minha personalidade, da minha vontade própria, amamentar desencadeia uma alteração hormonal que muitas vezes faz com que haja uma alteração da libido e existe uma baixa de produção de estrogénio que interfere negativamente na sexualidade, o aumento da Prolactina, hormona que provoca a anti líbido, o anti desejo sexual leva à diminuição do estrogénio que dificulta a lubrificação vaginal que causa o desconforto, o que acarreta a perda de desejo por associar a relação sexual à dor e que bloqueia a produção de testosterona.
Como é que eu podia fazer frente a isto? Testosterona onde andas tu? É que ele caiu num caldeirão.

Neste assunto, julgo que a cabeça recupera bem mais devagar do que o corpo, a vida sexual é certamente um dos pontos mais afectados na relação de um casal depois da chegada dos filhos, por uma mistura de questões hormonais, físicas, emocionais e até mesmo de prioridades, mas é uma fase até serem ultrapassados todos os medos, depois tudo volta ao normal e passado algum tempo já estamos a pensar em engravidar outra vez e nessa altura somos nós quem pensamos em sexo a toda a hora.

Este é um assunto sem fim, com opiniões, vivências e experiências tão próprias, mas atrevo-me a falar no plural para afirmar que retomar a vida sexual depois do parto é assunto que mete medo a muitas mulheres.

E sim, já temos outro filho!

8 meses de blogue

Quando comecei a contar a algumas amigas que estava a pensar criar um blogue houve quem me dissesse para pensar bem, que dava trabalho, tinha que lhe dedicar tempo, que o tinha que alimentar diariamente sob pena de ficar esquecido, de deixar de ter interesse e as pessoas o esquecerem.

Não liguei, conforme disse no 1º post deste blogue, sabia-me e sei-me sem grande dom para brincar com as palavras, nunca na vida tinha escrito nada, até hoje continuo sem ligar ao que me disseram há 8 meses atrás.

Escrevo por mim, para mim, para eles e para quem mais me quiser ler, e não, não dá trabalho nenhum, há dias que tenho que por um travão a mim própria e deixá-lo um bocadinho, não sou eu que o alimento, é ele que me alimenta a mim. 

Gosto tanto deste meu 3º filho. 

20/11/2014

Sempre o tempo...



Há um tempo atrás querias adormecer no meu colo, dormir no meu colo...

Agora sou eu quem queria que adormecesses no meu colo, mas enquanto te embalava disseste-me baixinho: Mamã cama!

Ai tempo se eu te apanho! Tu foge...tu voa...para bem longe!

19/11/2014

"Sogrices"

A minha sogra é cumpridora, não é nada daquelas que eu lhe peço para fazer de uma maneira e ela faz de outra, se lhe digo, que para lhes dar banho, use os produtos da Uriage que estão na banheira pois então que assim seja.

Baby M. foi para a escola com o cabelo bem cheiroso. 

18/11/2014

A nossa troca de emails

Eu e o A. trocamos emails durante o dia, vários, hoje de manhã foi assim: 

A: O teu filho ainda conseguiu bolsar antes de sair de casa a seguir a um grande arroto, o que vale é que a irmã salvou-me J

Eu: Então? Como te salvou ela?

A: Foi buscar-me a caixa dos dodot´s, pedi-lhe ficou toda contente de estar a ajudar mas antes precisava de tirar a chucha, expliquei-lhe não precisas de tirar vai lá ao quarto e traz a caixa, passado 2 minutos apareceu como se tivesse a salvar a vida ao irmão.

Fiquei embevecida a olhar para o monitor com um sorriso de orelha a orelha, orgulhosa deste nós que construímos. 

17/11/2014

Das palavras que podiam ser minhas...

AQUI

Revi-me literalmente em todas estas palavras, quase que sou eu...

Morria de medo da prematuridade do V., quando às 32 semanas me foi dito que possivelmente teria que nascer para aliviar o meu sofrimento, disse que preferia continuar a sofrer o tempo que fosse preciso mas que não me tirassem, não queria chegar a casa de mãos e colo vazio, eu aguentava, às 35 semanas decidiram definitivamente que ele já não podia morar mais em mim, que o meu corpo já não lhe servia mais e que eu a mãe, aquele que o gerava, não lhe estava a fazer bem, lhe era prejudicial, a palavra incubadora gritava na minha cabeça, foi por pouco tempo, que sorte a nossa. 

Ainda me chateia que o suposto estado de graça me tenha faltado, que o meu corpo tenha falhado,

Ainda me entristece que a maternidade possa ser amarga, às vezes tão difícil.

Mas enche-me de felicidade saber que tivemos a sorte de conseguir, que tudo tenha corrido bem. 

Dos dias que não deviam existir...

Há dias maus…

semanas que começam mal…

cheguei atrasada ao trabalho, pensava que tinha perdido as chaves de casa, depois de revolver a casa toda lá as encontrei dentro do bolso de um casaco, tão simples, mas a casa está virada do avesso à minha espera,

cheguei à porta do edifício percebi que não sabia do cartão de acesso, até agora ainda não percebi se realmente o perdi ou se também está num sitio simples mesmo em frente aos meus olhos.

Abro o Facebook e vejo a noticia do Afonso, ontem já me tinha sido suficiente a noticia da Margarida.

Estou sem ar, tenho um aperto que acho que só desata com um grito, um grito de raiva, de revolta, entrelaçado em porquês? Porquês? Porquês? porquês? O esforço para as lágrimas não me saltarem dos olhos é imenso, não me sai da cabeça as palavras que li escritas pela mãe Vanessa sobre o Afonso: partiu envolto no abraço da sua mãe, não me sai da cabeça a fotografia da Genny com a Margarida ao colo, sou fraca caramba...

Parece que afinal a minha semana não está a começar nada mal, parece que todos os percalços matinais têm solução e estas mães?