29/11/2017

Viva o amor!

Trabalho num grupo de empresas com administração de pessoas oriundas da Ásia. 

Uma das "minhas" chinesas é casada com um português. 

Ambos trabalham na empresa. 

Existem dois open spaces e cada um deles está no seu. 

Ela está grávida e está a comer uma maçã. 

Ele entra no nosso silencioso open space, e não se contendo no tom que utiliza, pergunta:

Então, o que é que estás a mamar? 

♥️♥️♥️♥️ 

28/11/2017

Vamos de férias...

e não os vamos levar!

Já falei sobre a primeira (aqui) e a segunda (aqui) vez que decidimos viajar sozinhos sem os levar, sobre isto da vida a dois precisar de ser alimentada, precisar de atenção, precisar de dialogo e precisar de fugir ao desgaste normal que os filhos trazem a um casal.

Como todas as Mães, ando cansada, tive um ano particularmente exigente a todos os níveis, e  mais do que fisicamente, sinto-me cansada psicologicamente que é para mim um cansaço muito mais difícil de gerir. 

Ao contrário das outras vezes em que fomos meia dúzia de dias, desta vez demos um grito de socorro e vamos 12 dias. 

12 dias inteirinhos sem filhos. 

Apesar de ter tido vários meses para me preparar, sei que vou a espernear, a olhar para as fotografias deles e a perguntar se não os deviamos levar connosco.

Mas depois rendo-me às evidências:

12 dias só para os dois, a conhecer um canto do mundo que vai certamente mexer com os nossos sentidos e com toda a certeza fazer muito bem à saúde do nosso casamento que às vezes também se constipa, ou está à beira de uma pneumonia, os filhos descansam de nós, nós descansamos dos filhos e voltamos muito mais calmos, muito mais felizes e muito mais preparados para lidar com as birras, com as brigas, com as chantagens, com os gritos, com os choros, com as dificuldades e com um casamento muito mais saudável.

Tirar férias dos filhos é poder deixar crescer a saudade, a nossa e a deles, é aprender a dar ainda mais valor a este NÓS que eu construo todos os dias. 

Nós vamos descansados carregar baterias enquanto eles ficam a descarregar outras baterias que nos permitem fazer esta loucura. (Obrigada Mãe ♥️ Força e Coragem eles são uns amores)

Daqui a uns dias chegam os abraços apertados cheios de saudades. 

Até lá, vou gozar os meus dias de férias dos meus filhos... mesmo sabendo que vou ter tantas mas tantas saudades, que me vão fazer falta e achando que já não sei ir à praia sem eles. 

♥️♥️♥️♥️

24/11/2017

Nosso Menu 48/52


A vida é demasiado curta para apenas ser feliz e valorizada no tão ansiado fim de semana. 

A vida é demasiado curta para ser pequena. 

A vida é demasiado curta para apenas nos focarmos no urgente e deixar o importante de lado.

É preciso engrandecê-la. 

E que o façamos sentados à mesa numa boa e feliz refeição em família. 

Bom fim de semana ♥️

♥️♥️♥️♥️

22/11/2017

Amar no caos...

É simples amar o que está bom, o que está bem, o que é bonito, o que é bem feito.

É fácil amar um filho quando come tudo, quando dorme a noite inteira, quando não chora, quando não faz birras, quando não grita, quando diz obrigado, se faz favor, com licença, quando não desobedece, quando não teima, quando não erra.

Mas e amar na dificuldade? 

Na desordem? 

Na contrariedade? 

No caos? 

Amar quando grita, quando se atira para o chão, quando responde de mau tom, quando não cumpre, quando não ouve, quando berra, quando corre, quando se irrita, quando desrespeita, quando nos leva ao desespero.

Como é que se faz para acalmar, quando por dentro sou dominada por um furacão, um turbilhão, um maremoto materno?

Mentiria se dissesse que a maternidade nunca me trouxe a raiva como sentimento, e isso não faz certamente de mim pior Mãe, admito que a maternidade me tem trazido momentos difíceis de gerir e que muitas vezes não sei como os gerir ou como solucionar.

Não nasci Mãe, estou também eu a aprender a gerir as novas emoções que a maternidade me apresenta todos os dias, e vou aprendendo a respirar antes de falar, a contar até 10, a engolir o grito, a saber que por vezes tenho que me retirar, a abraçar mesmo que julgue que não merecem, a procurar a  melhor solução e a colocar, sempre, o amor acima da raiva.

Todos os dias procuro não repetir os erros outrora cometidos, não aplicar as estratégias menos eficientes e fugir ao caos dando-lhe lugar à serenidade e harmonia.

Amar no caos podia perfeitamente ser o título de um livro.

Um livro que é escrito todos os dias por mim e por ti, todos os dias, nas nossas casas, o final feliz só depende de nós, porque o amor por um filho é incondicional, até no caos.

♥️♥️♥️♥️

14/11/2017

Hoje não!

Hoje acordei com o som de pés pequeninos a correrem para a minha cama.

Era um dos meus passarinhos madrugadores que pedia leitinho enquanto corria em busca de ninho.

Eu só queria puxar o edredon, tapar a cabeça e fingir que estava a dormir.

Hoje não! Em vez disso eu levantei-me, fiz leitinho e torradas e eles ainda me deram um beijo com lábios de manteiga.


Hoje antes de sair de casa ele perdeu a chucha pela 50ª vez.

Só me apetecia gritar, repreender e atirar a mala ao ar.

Hoje não! Eu abracei o menino choroso sem chucha e juntos fomos em busca da chucha perdida e à saída ele sussurou docemente: “Óbigadu Mamãxinha” enquanto me abraçava as pernas.


Hoje ao chegar a casa os meus passarinhos “cantarolavam” em tom alto.

Esse  tom alto parecia acentuar a rotina dos banhos e jantar que tinha para dar, a roupa que tinha que estender e a desarrumação que me rodeava.

Só me apetecia fechar a porta e pedir silencio, tinha tanta coisa para fazer.

Hoje não! Juntei-me aos gritos deles, fechei a porta ao que estava desarrumado e abri a porta do tempo para a brincadeira.


Hoje tinha como missão pô-los na cama cedo e cada um por si, foi um dia cansativo, só me queria deitar no sofá e ficar a fazer zapping. 

Hoje não! Ela pediu-me que a deitasse, perguntou-me se lhe dava a mão e se lhe contava uma história. 

Pelo meio perguntou-me: Achas que se não fizermos barulho ouvimos o coração a bater?

Enroscou-se em mim e encostou o ouvido no meu peito. 

Levei a minha mão ao peito dela e disse: Já viste que o meu e o teu coração batem ao mesmo tempo? 

Porque tu és minha Mãe - respondeu.

Ainda bem que hoje não. 

Ainda bem que hoje não recuei e optei ficar, não recriminei e escolhi relevar, não gritei e escolhi ouvir, optei dizer sim e não disse, não! Hoje não!

♥️♥️♥️♥️

10/11/2017

Nosso Menu - Semana 46/52


Esta semana convidei a Vera do blog As Viagens dos Vs para nos presentear com o menu semanal.

Foi também o blog que trouxe a Vera à minha vida.

Lembro-me de já seguir o seu blog havia algum tempo, entretanto a Vera engravidou da Laura e à semelhança de outras Mães, passaram-lhe pela cabeça algumas duvidas típicas de acharmos que nunca vamos gostar de um segundo filho de forma idêntica ao primeiro filho.  

Como acho que isto dos blogs é um excelente veículo para desmitificar alguns fantasmas que perseguem as Mães, tomei a liberdade de lhe enviar um post que escrevi quando estava grávida do Vicente na senda do que ela estaria a vivenciar. 

Fomos trocando algumas mensagens, a Laura nasce, entretanto começamos a seguir-nos no Instragram e por coincidência a Vera fez a sua recuperação de pós parto mesmo ao lado de onde trabalhava na altura e tentamos combinar dezenas de vezes encontrar-nos e conhecermo-nos pessoalmente, o que nunca era possível.

O tempo foi passando e este ano, sabendo que iríamos estar num mesmo local à mesma hora, trocámos números de telefones e a promessa de que seria nesse dia que nos iriamos conhecer pessoalmente. 

Com a enorme probabilidade de não nos conseguirmos encontrar num recinto com milhares de pessoas, a Vera telefonou-me, eu consegui atender e entre gritos e mensagens, conseguimos, finalmente, conhecer-nos e cumprir o prometido. 

No dia seguinte a Vera enviou-me uma mensagem, dizia que o marido quase não acreditava que era a primeira vez que nos tínhamos visto pessoalmente, que se tivesse que apostar diria que éramos amigas de longa data e com alguma intimidade, porque a conversa foi longa e com aquele jeito de "parece que estivemos juntas ontem".

A prova de que muitas vezes o mundo da blogosfera não tem barreiras e que afinal quem está por trás de um blog é uma pessoa igualzinha a quem nos está a ler, com as mesmas dúvidas, os mesmos receios, os mesmos medos, as mesmas tristezas e as mesmas alegrias. 

Obrigada Vera por aceitares o meu convite. 

BOM FIM DE SEMANA ♥️

♥️♥️♥️♥️

03/11/2017

Uma mão cheia de ti, 5! ♥️♥️♥️♥️♥️


Observo-te meticulosamente.

Admiro-te detalhadamente. 

Perco-me no teu sorriso, na tua maneira de ser e penso: Como é que já estás assim?!

Independente, senhora do teu nariz, menina que carrega doçura na alma, possuidora de gestos delicados e de uma meiguice ímpar, entregas os teus abraços sem que te seja pedido, prolongas os teus beijos que em nada são fugazes, tudo de forma espontanea e impulsiva, porque faz parte da tua essência essa entrega sincera e sentida. 

Cresceste muito. Cresceste tanto. Fizeste-me crescer. 

És a minha maior certeza, certeza absoluta que há amores sem medida nem limites. 

E tu sim, foste, és e serás o meu primeiro grande amor.

Parabéns meu Amor 💝

❤️❤️❤️❤️


02/11/2017

As Mães também fazem birras!



A maternidade tem coisas tramadas e uma das que me é mais difícil de gerir são as birras, as constantes birras que bem sei que na maioria das vezes, são reflexo do, ainda, descontrolo emocional e da dificuldade que os miúdos têm de gerirem as frustrações.

Até aqui tudo bem!

Quer dizer, tudo mal! Porque o problema é que a frustração deles também a mim me causa frustração, embirração e irritação e entramos na roda da complicação, e isto são demasiados "ão´s" para uma pessoa só. 

Que as Mães não são perfeitas já toda a gente sabe, tal como os meus filhos, também erro e também me zango comigo própria, com os outros e com a vida no geral.

A tensão acumulada, os medos, as inseguranças, o cansaço, o stress, a roda viva do dia a dia, a tal frustração, são muitas vezes uma mistura explosiva e muitas vezes a tal mistura explosiva não explode, mas deixa o rastilho ali à mão de semear e muitas vezes, talvez mais vezes do que gostaria, estas birras deles lançam um estilhaço,  caem no rastilho e PPUUUMMMMMM, é neles que acabo por descarregar, e é ali mesmo dentro da família que descarrego esse mal estar e me permito dar largas ao mau humor que por vezes está ali de mão dada com a cólera e com a embirração. 

Curioso isto de, mais facilmente nos irritamos com aqueles de quem mais gostamos por muito que não queiramos fazê-lo e por melhores que sejam as nossas intenções. 

Simplesmente há dias em que não conseguimos deixar o cansaço e a ansiedade reprimida do lado de fora da porta, e os filhos, sobretudo os mais pequenos, são o alvo perfeito do nosso desalento. 

Desculpem miúdos, mas às vezes também preciso de fazer birra, sim, as Mães também fazem birras.

♥️♥️♥️♥️