31/01/2015

Dias difíceis...



Baby M. teve alta ontem pelas 11h, à saída do hospital, o telefone toca, é da escola:

Pensei que queriam saber de baby M.

- Mãe, não tenho boas notícias para si.

- Vicente!!!

Sabia que era possível mas achava que ele ia escapar.

Fomos buscá-lo e no caminho íamos planeando a logística da situação, o A. ficava em casa com baby M. e eu voltava para o hospital agora com baby V.

Liguei entretanto ao Dr. J. M. que me aconselhou a evitar levar baby V. para o hospital e tentar controlar primeiro em casa, o que até então parece estar a resultar mais ou menos.

Nada está é a resultar com baby M., de volta a casa piorou e muito, voltamos ao hospital em jeito de reclamação, voltou a ficar e desta vez por tempo indeterminado.

Gerir dois filhos muitas vezes é difícil, mas gerir dois filhos doentes não podendo estar fisicamente com os dois é certamente das coisas mais dificeis que me aconteceu na vida.

❤❤❤❤

30/01/2015

Põe-te boa depressa! ❤


Estou acordada há mais de 24 horas, não tenho sono! Há coisas que nos tiram o sono, a fome, o chão, o ar...

Ela mamou até que idade?
Com que idade introduziu a sopa? E a papa?
Alguma alergia?
Tem sido saudável? 
Está a tomar alguma medicação?
Já foi submetida a alguma cirurgia? 
Algum familiar com alguma doença?

As perguntas que vão chegando amiúde   mas que me parecem cada vez mais comprometedoras, diz que é protocolar!

Vamos medicar e por a soro!

Medicamento para quê?

Temos que fazer análises!

As mães não se regem por protocolos, as mães querem respostas concretas, as  mães querem ouvir: não se preocupe está tudo bem! 

Vamos ter que internar!

Às vezes o que parece simples torna-se complicado, tudo é viral, nunca é preciso vê-los, pelos sintomas percebem sempre que não é preciso tomar nada basta fazer dieta.

Ainda pensei que talvez estivesse a exagerar, ia chegar ao hospital e mandavam-nos para casa com rótulo de mãe exagerada.

As Mães não se enganam.

Estamos na outra casa, os papéis estão trocados...

❤❤❤❤

29/01/2015

Hoje és só tu e eu...



Baby M. acordou aparentemente bem disposta mas ao contrário do que é normal não exigiu o seu leitinho. Fui insistindo com ela para o beber mas recusava sempre, não sou daquelas mães que insiste quando eles não querem comer e na escola arranjavam sempre um solução.

Chegou ao nosso quarto a dizer que tinha a boca suja e começa a vomitar, mudo a roupa dela, o A. muda a dele que foi atingido, limpo o chão e continua a rotina matinal.

Vai ao quarto de baby V. torna a dizer que tem a boca suja e torna a vomitar, mudo outra vez a roupa, limpo outra vez o chão e retomamos a rotina matinal envolvida em stress e nas frases tipicas: Já estamos atrasados, é isto todos os dias!

A cena repete-se no quarto dela e na sala, em todas as divisões da casa e em todos os tapetes que cá existem.

À medida que a situação se desenrola começo a fazer contas de cabeça e a perceber que ela não pode ir à escola, não me dá jeito nenhum não ir trabalhar, não quero acumular trabalho, ter que faltar é uma chatice, qual das avós é que eu vou chatear? Nenhuma!

Decidi não chatear nenhuma das Avós, decidi que eu é que tinha e ia ficar em casa com a minha filha doente. 

Às vezes há valores mais altos que se levantam, e ao contrário do que é costume hoje não dei prioridade ao trabalho. O drama de todas as mães filhos doentes = faltar ao trabalho.

Hoje foi o dia que não quis saber de mais nada, ela precisa de mim para estar bem e eu preciso de estar com ela para bem estar.

❤❤❤❤

28/01/2015

Sobre ser Mãe pela segunda vez...#1

Lembro-me de há largos meses, ainda quando baby V. morava em mim, ter escrito aqui, o quanto tinha medo de não gostar tanto de baby V. como de baby M., foram palavras disparatadas mas que na altura resultaram da insegurança e mistura de sentimentos que estava a viver, o amor que se misturou com a culpa, a culpa por já existir baby M., por achar que estava a trai-la e por achar que teria que dividir o amor que sinto por ela. 

Estava errada, tão errada!

Nunca até então tinha sido mãe de outro filho, achava eu que seria diferente.

Estava errada, tão errada!

Achava-me calejada por ser Mãe de segunda viagem, achava que seria impossível sentir tudo outra vez.

Estava errada, tão errada!

Ser mãe pela segunda vez foi voltar à estaca zero mas com mais maturidade, mais consciência e sem medos, sabia ao que ia, sempre consciente de que cada bebé é um bebé e que ele não seria igual a ela, ainda assim pouco ou nada me seria desconhecido o que se traduziu numa isenção de medos e receios daquilo a que ia, sabia que o meu maior desafio seria aprender a desdobrar-me para conseguir dar atenção aos dois de forma igual, sabia que desta vez o coração estava mais apurado para sentir o meu instinto materno, tudo isto, sim, foi diferente.

Ainda assim há coisas que não foram diferentes, a ansiedade para o ver, o factor surpresa de como seria, a chapada de amor quando pela primeira vez o vi foi com a mesma força, emoção e entusiasmo tal como foi com baby M., como se a Natureza tivesse tido um cuidado de fazer um reset à minha primeira viagem como mãe para que tudo fosse igualmente mágico. E foi!

O amor não se dividiu, multiplicou-se, o amor não é diferente, apenas aumentou, nunca há calo suficiente para se viver esta emoção que se repete cada vez que nasce um filho. 

27/01/2015

Coisas dela#5


Baby M. gosta deste jogo, o menino tem a roupa suja temos que a por na máquina, por a máquina a lavar e por fim estendar a roupa.

No fim pergunta-me: Mamã e as ruecas (cuecas) do menino?

Ainda não estou preparada para isto!

 

26/01/2015

Eles...os meus Chefes!

Hoje voltei a rever este vídeo, que de forma leve, fácil e descontraída descreve os desafios da maternidade, as rotinas, as funções, as capacidades exigidas a uma mãe. Quem é que no seu perfeito juízo aceitaria assumir um trabalho com estas condições? ainda assim tantas são as mulheres que o abraçam. 

É de facto surpreendente a disposição que uma mulher tem para ser mãe, algumas de forma planeada, outras de maneira improvisada, umas sem qualquer mudança na sua rotina, outras que incorporam novas vidas como se nunca tivessem existido antes do parto, a realidade é que a recompensa justifica o esforço, a entrega, a renúncia, o tempo, o amor dedicado a este trabalho.

Eu tenho dois trabalhos: um das 9h às 18h e outro das 0h às 0h.

Este último é aquele no qual procuro ser o mais profissional, pontual, cumpridora, ambiciosa, bem disposta, criativa, dinâmica, meticulosa, responsável, perspicaz, justa…este trabalho que me faz viver com o coração a bater fora do peito, com uma preocupação continua e intensa com estas duas vidas que não é a minha mas que a mim pertencem, duas vidas que me movem, duas vidas que dependem de mim mas das quais eu me tornei ainda mais dependente.

Afinal de contas são eles os chefes deste meu trabalho. 

O melhor do mundo!

23/01/2015

Nosso Menu - Semana 5/53



Quando me deparei com o blogue desta famíliaPais com P. grande, era impossível ficar indiferente à sua experiência de vida e pensei de imediato que tinham que fazer um Nosso Menu. 

Não fiquei também indiferente ao projecto que vão abraçar, a partir do dia 9 de Fevereiro, a S., o Q., a G. e o T., vão por tempo indeterminado fazer a volta à Portugal com o objectivo de promover Portugal, bem como, divulgar o nome e trabalho de uma instituição de apoio a crianças. 

Durante esse tempo vão morar e ser transportados pela Maria do Mar que segundo a S. foi a mentora desta ideia.

Estou muito curiosa com esta aventura que irei seguir atentamente aqui, e com inveja, inveja saudável pela experiência que vão proporcionar aos filhos.

Desejo-vos uma boa viagem! Sejam essencialmente muito felizes nesta experiência. 

Um grande bj 

22/01/2015

8 meses de baby V.



Faz hoje oito meses, que te vi pela primeira vez. 

Faz hoje oito meses, que me perdi a conhecer-te os contornos, o toque, o cheiro, o sabor. 

Faz hoje oito meses que te apertei, que te agarrei para nunca mais te largar. 

Gosto tanto, mas tanto, de ti.


21/01/2015

10 meses de blogue

Se há 10 meses atrás me perguntassem durante quanto tempo é que eu iria conseguir manter o blogue muito provavelmente responderia: Até Baby V. nascer!

A verdade é que já são 10 meses deste meu pequenino blogue que passou a fazer parte integrante do meu dia, da minha vida. 

É-me difícil definir este blogue, comentei isso com uma amiga e ela prontamente me respondeu: És tu em palavras!

O que quer que seja que isso signifique é muito provavelmente a melhor definição: Sou Eu em e por palavras!

20/01/2015

Vou ser a Picasso deles!

Baby M. anda doida com os animais, os brinquedos que mais gosta são os que tem animais, sempre que vamos às compras e pede alguma coisa, não é uma boneca mas sim um animal, gosta que eu lhe pergunte como faz o cão, o gato, a vaca, o porco, o cavalo, o elefante... e quando eu fico em silêncio porque acho que já lhe perguntei todos os animais possíveis e imaginários ela continua a pedir-me: Mais Mamã, mais!

Decidi começar a fazer uma brincadeira com ela, desenho o animal e ela tem que adivinhar, a ver vamos se não chama vaca ao cavalo :-) 

Fica a partilha para quem como eu não tem jeitinho nenhum para o desenho.























19/01/2015

Obrigada!



O meu dia de aniversario foi um dia calmo, não queria grandes festas, preferi um dia em família, com aqueles que o ano passado estiveram ao meu lado de pedra e cal em circunstancias bem diferentes. 

Não era difícil ter um dia de aniversario melhor que o do ano passado, as velas sopradas do alto de uma cama articulada com um sorriso forçado deram lugar a um soprar de velas com braços cheios e um sorriso genuíno.

Alguns dos presentes da wishlist chegaram, tenho pessoas atentas na minha vida. :-)

Obrigada pelas mensagens, comentários e emails.

❤❤❤❤

16/01/2015

Hoje...

é o meu último dia com 34 anos!

Gosto de fazer anos, é um dia bom, gosto de surpresas, estou e falo com aqueles que mais gosto e que melhor me querem, percebo que há pessoas que afinal se lembram de mim, gosto de me sentir mimada, porque Baby M. adora, voltei a achar graça ao cantar de parabéns e agora tenho a melhor ajuda do mundo para soprar as velas, não preciso de muito para ter um dia feliz, um dia simples é-me suficiente desde que eles estejam comigo.

Mas este é um dia tomado por um misto de emoções, apesar de ser um dia bom e feliz há sempre aquele sentimento de nostalgia, saudade dos que já não estão, o tempo perdido que já não consigo recuperar, o medo dos dias futuros…

Olho para trás e vejo uma vida cheia de altos e baixos, como todas, de certezas e de erros, que vão resultando em muitas aprendizagens e em experiências sentidas.

Quero acreditar que não importa quantos anos faço, mas aquilo que faço a cada ano que celebro!

Nosso Menu - Semana 4/53


Houve quem me viesse perguntar o que era feito dos menus semanais.

Houve certamente que nem desse por falta deles.

Estão de volta!

15/01/2015

Coisas dela#4


Os bebés dela não lhe são suficientes para passear no seu carrinho, quer que seja ele e depois diz-lhe ao ouvido em tom meigo:

- Mano Nenuco!

14/01/2015

Isto não é um blogue de moda!

Pois não, não é, mas já disse que no SÁBADO FAÇO ANOS? 

Independentemente de ser Mãe continuo a ser uma pirosa vaidosa com desejos de consumo e, além do mais SÁBADO FAÇO ANOS, já tinha dito? J

Admito que o meu dia de anos tem um lado fútil, e celebrar a vida não é a melhor desculpa que temos para nos mimarmos? 

I wish...




Também vos posso pedir um presente?
Chegamos aos 800 likes até Sábado?
Partilhem, convidem, estejam sempre por ai.


13/01/2015

e Sexo depois de um aborto?



Recebi um comentário anónimo neste post, pediram-me que escrevesse sobre “Sexo depois de um aborto”, ainda estive uns dias a pensar sobre se conseguia escrever sobre este assunto, este que considero ser um assunto menos consensual do que “Sexo depois da maternidade” é um assunto que considero igualmente pessoal, intimo, delicado e com alguma complexidade sentimental, não há bebé, não há amamentação, não há pontos, não há todo um novo mundo que preenche a mulher que se torna mãe, há silêncio, lágrimas, tristeza, raiva, frustração, revolta, um vazio, um sentimento de perda, senti-me diminuída, culpada, senti que falhei enquanto mulher, olhava para as mães, para as grávidas e questionava porque eu? Porque comigo? Porque?

Não sei se quem fez este pedido sabe um bocadinho da minha história, mas, infelizmente, tenho legitimidade para o escrever, antes da M. sofri dois abortos retidos, foram os maiores socos no estomago que levei na vida, lembro-me bem como foi, o que senti, o silêncio de um coração que não bate, a expectativa frustrada, o vazio, no peito, na cabeça, no ventre, entre nós os dois que olhávamos um para o outro sem saber o que dizer, os olhos dele que olhavam para mim com pena, a firmeza dele em proteger-me e engolir o seu próprio sofrimento, o abraço dele que naqueles momentos me abrigavam em pleno, ainda assim sentia-me sozinha e achava que nem ele nem ninguém compreendia o que eu estava a sentir.

Da primeira vez tive medo, muito medo, o meu corpo não expelia aquele feto que teimava em continuar dentro de mim como que: não quero sair deste que é o meu lugar! o que me obrigou a ter que entrar num bloco  de partos, eu de um lado com os olhos cheios de lágrimas de medo e tristeza do outro lado uma mãe com os olhos cheios de lágrimas de alegria com um filho nos braços.

Na segunda vez, as mesmas personagens, o mesmo guião, o filme repetia-se, desta vez sabia bem ao que ia, já não tinha medo só tristeza e uma certeza momentânea: Não queria voltar a engravidar, não queria mais aquilo que me fazia mal e me estava a destruir por dentro.

O facto de ter sido submetida a duas curetagens obrigava-nos a uma abstinência sexual de 3 meses, 3 meses que eu contava religiosamente para começarmos outra vez a tentar.

Não havia medos nem receios, retomar a minha vida sexual era natural e quase necessário, eu queria mesmo engravidar e sabia que remávamos os dois na mesma direcção, nunca tive dificuldade na entrega, nunca senti que o meu corpo tivesse sido dilacerado, assumi que a natureza sabia o que fazia e deixei as coisas fluírem com naturalidade e assim foi assim das duas vezes.

Mesmo com poucas semanas de gravidez perder um bebe é devastador, tudo necessita de sarar: o corpo, o espírito, a cabeça, até o casal em si precisa de recuperar-se emocionalmente e arrumar ideias, usei sempre o tempo a meu favor para conseguir um novo começo, nunca desisti do que queria, os abortos em nada abalaram a minha vida sexual, após cada perda estive sempre pronta e preparada para engravidar outra vez.

Mas nem sempre é assim, há mulheres com medos e receios, que sentem realmente que o seu corpo foi dilacerado, torturado, flagelado, rasgado, maltratado, que não se entregam, que não se julgam à altura, e se culpam pelo que aconteceu, sentimento de impotência, que leva ao isolamento e ao silêncio, a exaustão psicológica e as perdas de sangue apoderam-se  o que poderá ser causador de não se estar preparada para retomar a vida sexual, há quem não esteja pronta a engravidar de novo vivendo com um eterno medo e receio de que tudo possa voltar a acontecer, há quem não consiga ver solução numa nova gravidez.

Para mim o truque foi nunca desistir, seguir sempre em frente e lutar por aquilo que queria – um filho – e sexo era a palavra de ordem para o conseguir ter. 

Um bj Querida Anónima!

12/01/2015

Coisas minhas#2

A semana passada não foi uma semana fácil por várias razões, não fui a pessoa mais bem disposta ou sorridente, tolerante ou afável, consequentemente também não fui a melhor Mãe do mundo e ando aqui agonizada, angustiada, atormentada, martirizada com um episódio que tive com baby M. 

Já sabia, já tinha ouvido falar e inclusive lido qualquer coisa sobre os terrible two, mas caramba, terrible é apelido. Baby M. sempre foi muito senhora do seu nariz, não tivesse ela uma personalidade tão parecida com a minha segundo o A., sempre soube bem o que queria e como queria mas antes ainda lhe conseguíamos dar a volta, agora não, ela quer porque quer levar a dela avante e não desiste por nada!

Num dos seus acessos de choro só porque foi contrariada, depois de eu ter dito mil vezes para se levantar do chão frio da cozinha, enquanto chorava e gritava pela chucha que eu repeti e repeti que estava mesmo ao seu lado e ela depois de a ver decidiu pontapeá-la, já cansada e fora de mim dei-lhe uma palmada na fralda, escusado será dizer que o choro e os gritou aumentaram enquanto me dizia: 

- Nãoooooooooooooooo, Nena (como ela auto se intitula) miga (amiga)! 

Ia morrendo, não estava a acreditar na capacidade que ela tinha de me fazer sentir mal com a minha atitude.

Proferiu aquelas palavras que me soaram idênticas a: Porque é que fizeste isso? Eu não merecia!

Aquelas palavras ecoam na minha cabeça a todo o instante e tenho feito um esforço para não desatar num pranto cada vez que me lembro.

Decidi mudar a minha atitude com ela, acabaram-se os gritos, os ralhetes, as palmadas na fralda, decidi optar por ignorar algumas situações, não dar importância para ela também não perceber que me atinge, a ver se consigo dar a volta à situação de uma forma mais saudável.

E sim minha querida filha és muito minha amiga! 

♡♡♡♡

08/01/2015

Falta de vontade vs. Falta de tempo

Há dois dias faleceu uma pessoa que a certa altura foi muito importante na minha vida, uma pessoa que de alguma forma foi responsável por aquilo que sou hoje. 

Essa pessoa era a Senhora Professora, Fundadora e Directora Dulce do Externato que frequentei toda a minha vida.

O Externato foi o seu projecto de vida, e pretendia ensinar aos seus alunos valores como  a verdade, a liberdade, a tolerância, a partilha, a solidariedade e o respeito.

Foi ela que me deu catequese sem nunca me fazer questionar o porque de algumas coisa que me ensinava. 

Pela sua importância, ontem, não podia não comparecer às cerimónias fúnebres e não podia não deixar aos seus familiares uma palavras de consolo e um abraço de força. 

No final disseram-me: Aparece mais vezes, não só nestas situações!

Fui sincera na resposta: Se combinássemos um café diria que não tinha tempo, que tenho os miúdos e que a vida é uma correria. 

A falta de tempo é muitas vezes confundida com a falta de vontade. 

♡♡♡♡

07/01/2015

Para lerem quando crescerem* #4

Queridos Filhos,

Há palavras mágicas que devem reter ao longo do vosso crescimento e da vossa aprendizagem, não, não estou a falar de “Abre-te Sésamo”, “Abracadabra” ou “Toodles”, falo de palavras simples, palavras que fazem ou pelo menos deveriam fazer parte do dia-a-dia de todas as pessoas. 

É indiscutível o poder das palavras nas nossas vidas, há palavras que dizemos, palavras que calamos, palavras ditas com um simples olhar, ditas em lágrimas ou com um sorriso e há ainda as palavras que se dizem em silêncio.

Mas há aquelas que de tão simples parecem banais, aquelas que se aprendem com a vida e não com estudos e que não fazem parte apenas do vocabulário dos adultos, sim, são estas as palavras mágicas - “Bom dia”, “Boa tarde”, “Boa noite”, “Com licença”, “Desculpe”, “Por favor” e “Obrigado” - são estas palavras simples que vão fazer de vocês pessoas educadas, simpáticas e afáveis.

Um “Bom dia” poderá ser a primeira palavra que alguém ouvirá de vocês, assim como um “Boa noite” a última, não é um privilégio serem os primeiros ou os últimos? (Ficam sempre na memória! e não, ser o último nem sempre é mau), um simples com licença abre caminhos, um desculpe pode salvar algo que se poderá perder para sempre, um por favor poderá fazer alguém ceder e um obrigado vale por tantas outras palavras.

Nunca se esqueçam que o mundo não vos pertence apenas a vocês e por vezes tudo o que alguém precisa de ouvir é uma destas palavras mágicas para acreditar que nem tudo está perdido, para esboçar um sorriso e acreditar que vale a pena. Serem educados, simpáticos e afáveis não custa, só traz benefícios.

Façam sempre uso destes cumprimentos mundanos, acreditem, vai fazer toda a diferença.

♡♡♡♡

*para quando souberem ler

06/01/2015

Depois dos filhos...

2014 foi o ano em que tanto se escreveu sobre a vida antes e depois dos filhos, o ano em que tantos textos causaram polémica mas que no fundo todos, e apesar dos diferentes pontos de vista, têm a sua “razão”, razão pela qual não os comento nem os critico. 

A mim pouco me importa se janto mais ou menos vezes fora, se saio mais ou menos vezes à noite, não quero saber se tenho mais ou menos autonomia, se tenho ou não tenho umas férias descansadas, se a minha vida social é mais in ou out, as coisas são como têm que ser a partir do momento em que as prioridades mudam e eu estava preparada para toda e qualquer mudança, à excepção de uma, de todas as mudanças há uma que me custa a encaixar, o nós, o eu e ele que existia.

Eu era daquelas pessoas que acreditava que o facto de termos filhos não ia mudar assim tanto a nossa vida, achava que a cumplicidade que tinhamos e o amor que nos unia seria maior, mas mudou e muito.

Talvez seja eu quem tenha mudado mais, talvez tenha mudado principalmente as minhas prioridades (eles primeiro, eu depois e ele a seguir), talvez esteja menos tolerante, talvez mais irritada, talvez mais cansada, talvez mais exigente, talvez precise de mais ajuda...talvez...talvez...não sei na verdade!

Sei que os conflitos aumentaram drasticamente, a intimidade emocional e física despencou, ambos nos sentimos ignorados, desprezados, solitários, incompreendidos...

Ontem ele perguntava-me onde é que eu estava? Onde é que estava a pessoa bem disposta, divertida, querida e simpática com quem ele casou.

Normalmente sou uma pessoa equilibrada, e apesar dos meus filhos lidarem com o melhor de mim, sei que ele não tem essa sorte. 

Gostava de ter o dom de saber discutir com respeito,  por vezes não sei e lá me sai qualquer coisa que não deveria sair e que me arrependo, gostava de ter a sabedoria de perdoar e pedir perdão e aceitar, de ser menos orgulhosa, menos rancorosa.

Há medos, receios e inseguranças aqui pelo meio, tenho medo que as coisas descambem a sério e não é isso que quero para a minha vida.

A vida a dois não é como um par de sapatos, quando já não serve deita-se fora, há que remendar, há que conservar, há que cuidar.

Chateia-me tanto que seja assim, acredito que seja só uma fase e que seja o resultado de ter dois filhos ainda tão bebés

Acredito que o facto de vivermos a correr faça com que amemos também a correr ou por vezes até o esqueçamos de o fazer.

Desculpa!

05/01/2015

De volta...

... ao trabalho, à escola, ao blogue e às rotinas em modo: Ufa finalmente acabaram as festividades e a sua azafama! Hoje foi dia de respirar fundo e de alivio por tudo ter acabado.

Não fiz nenhum balanço nem nenhuma introspecção de 2014, não sou pessoa de resoluções, nem de dizer ano novo vida nova, quando acordei no dia 1 estava tudo exactamente igual...olhei para o lado e ele estava lá e os gritos, choros e Mãeeeeeeeeeeee que se faziam ouvir fizeram-me mesmo perceber que nada mudará por ter chegado a 2015, ainda bem que nada mudou, gosto como está.

Não tenho qualquer sentimento de mudança com a viragem do ano, este ano não me sinto motivada a fazer grandes planos, a traçar metas e a correr atrás de objectivos, este ano prefiro viver um dia de cada vez, com menos correria, menos ansiedade para conseguir aproveitá-los mais e melhor.