Ainda me lembro de acreditar no Pai Natal, ainda me lembro das
surpresas cuidadosamente preparadas pelos meus pais para me fazerem acreditar
que realmente era o Pai Natal que me trazia os presentes, gostava de fazer a
árvore, gostava de imaginar os presentes, gostava do Natal. Não me lembro
quando deixei de acreditar no Pai Natal assim como não me lembro quando deixei
de gostar do Natal.
De repente e sem qualquer explicação o Natal perdeu todo o sentido,
toda a magia, alegria, sabor e até o cheiro, ficou um vazio, uma mera
obrigação.
Começaram a cansar-me as hipocrisias, a irritar-me solenemente os
egoísmos e exigências familiares desse dia, os presentes comprados em contra
relógio e literalmente para despachar, sim despachar, não é assim que se diz: “Já
despachei todos os presentes de Natal!”
Não gosto da compra desenfreada de presentes só porque sim, não gosto
da imposição de troca de presentes e incomoda-me a mentalidade consumista de
ter que dar.
Sim, eu gosto de dar, mas sem datas, sem obrigações, acredito cada vez
menos nos presentes de consumo e cada vez mais nos presentes que realmente dão
alguma coisa de nós, presentes simples, presentes que percebemos que foram
escolhidos e preparados com tempo, com vontade, com amor, dedicação e por vezes
basta um simples gesto, um bilhete rabiscado às vezes toca mais que um
objecto de consumo.
A forma como se vive o Natal
nos dias de hoje representa como se vive a vida, a semana desenfreada a
cumprir horários na ânsia do fim de semana para logo depois começar outra
semana, amiúde aproxima-se a ideia de que o Natal está à porta e que o ano
passou a correr, e é nesta correria desenfreada que falta sentido, magia,
alegria, sabor e até o cheiro que a vida deveria ter.
Não preciso do dia de Natal para juntar a família, não preciso do dia de Natal para
trocar presentes, não preciso do dia de Natal para abraçar alguém ou dizer a esse
alguém o quanto gosto dela, não preciso do dia de Natal para comer bacalhau, bolo rei
e rabanadas…preciso antes de vários "Natais" ao longo do ano, não um dia especifico e único.
Acreditava que o facto de ter filhos me iria fazer recuperar este meu
afastamento da época natalícia, mas não…ainda não, mas a esperança continua e
ainda assim contrario todas as minhas vontades e não deixo de lhes proporcionar
a magia que se fala, não deixo de me envolver com a data, até porque não quero
que eles sejam como eu, quero
ensiná-los a gostar do Natal, quero
ensiná-los a fazer cartões de Natal em cartolina ao invés de um SMS, quero que
em conjunto façamos bolachinhas para oferecer, escrever a carta ao Pai Natal,
quero pô-los a ouvir e a dançar o "All I Want for Christmas Is You" da Mariah Carey (a
musica de Natal que me arranca sorrisos e boas memórias)…acredito que um dia
vou voltar a gostar do Natal.
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Sinto exactamente o mesmo.
ResponderEliminarE o que realmente me incomoda é que há pessoas que não entendem a existência destes sentimentos. Se eu não gosto porque não respeitam? É assim tão difícil entender?
Para alguns é... porque não conhecem o verdadeiro amor que existe genuinamente ao longo de 365 dias e necessitam de ter um dia para o faz de conta que é tudo muito lindo...
Cara Anónima
EliminarMuito obrigada pelo seu comentário
Bj <3
Sinto exactamente o mesmo. E agora que estou gravida pela 1ª vez também achei que poderia vir a voltar a gostar do natal como gostava em criança! Mas não.... 1 beijinho para si
ResponderEliminarFeliz Natal :-)
EliminarBj <3
Desde que "decidimos" não ter filhos, tb eu suspenso o natal.Mais um ano que tanta coisa que imaginei que faria em família se ficou só pelo sonho...eu era uma pessoa tão festiva e sonhadora e agora...
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